Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

Constou no Brasil que Portugal criticava o VOLP brasileiro por este país ter feito o seu vocabulário independentemente de Portugal, quando o acordo de 1990 previa um Vocabulário Comum. A Academia Brasileira de Letras (ABL) reagiu dizendo que o Art. 2.º do texto do Acordo prevê apenas a elaboração do vocabulário comum de termos da especialidade, e não um vocabulário ortográfico comum. Afirmou também que, portanto, o VOLP elaborado pela ABL é legítimo. (...)

O que ganham Portugal e os demais Estados da CPLP em não terem acompanhado o Brasil na entrada em vigor do Acordo Ortográfico? Artigo publicado no semanário Sol de 3 de Janeiro de 2009.

 

O novo Acordo Ortográfico já está em vigor no Brasil. Desde o primeiro dia do ano.

Nem Portugal nem qualquer outro dos Estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (PALOP e Timor) lhe seguiu o exemplo. É pena!

De onde menos se espera *

Às vezes a crítica feroz a certos usos da linguagem — qualificados como "vícios" — podem constituir meros exageros fátuos. O linguista brasileiro Sirio Posseti explica e dá exemplos.

Não vou repetir os argumentos e os dados de textos anteriores sobre o dito gerundismo. Só vou apresentar um pequeno sumário, para mostrar que a questão se resume a dois fatos, que, vistos de perto, na verdade, são um só:

Voltando à frase ««Lépido, filhote de Valente, um indômito de quatroanos, estava ontem deitado no pasto, sem sela, relinchando, quando foi laçado»», analisemos a expressão «sem sela».

O constituinte «sem sela» exerce, como já foi dito, uma função semelhante à dos advérbios e modificadores apositivos, e parece corresponder a um comentário por parte do locutor, adicionando informação à frase. As suas características são:

É muito interessante a frase «Lépido, filhote de Valente, um indômito de quatro anos, estava ontem deitado no pasto, sem sela, relinchando, quando foi laçado.», pois não é totalmente pacífica a análise dos termos «deitado no pasto», «sem sela» e «relinchando».

Observemos a frase.

Por Virgílio Dias

[1.] O Ciber hoje ultrapassou tudo o que é de esperar nesta sua exposição pública de saberes.1 Depois de errar na descrição sintáctica duma frase, não corrige o erro, mas cria uma nova frase, cuja análise sintáctica nos apresenta e justifica.

Não está certo!

Retomemos a frase «Lépido, filhote de Valente, um indômito de quatro anos, estava ontem deitado no pasto, sem sela, relinchando, quando foi laçado» e construamos uma nova frase com os constituintes relevantes para a análise que Virgílio Dias contestou:

(i) «Lépido estava deitado sem sela.»

O predicativo do sujeito é a palavra ou expressão que estabelece uma relação de sentido com o sujeito, que o caracteriza; em (i), essa posição é preenchida pela forma participial deitado.

Por Virgílio Dias

Pedia-se a classificação gramatical, sintáctica e semântica dos constituintes da frase:

«Lépido,filhote de Valente, um indômito de quatro anos, estava ontem deitado nopasto, sem sela, relinchando, quando foi laçado.»

E diz-se:

«sem + sela (preposição + substantivo/complemento circunstancial de modo)

Ana Carina Prokopyshyn :: 12/09/2008»

Não concordo. «Sem sela» é um predicativo do sujeito.

Parte da análise sintáctica incluída na resposta Classificação gramatical, sintáctica e semântica, da autoria da consultora Ana Carina Prokopyshyn, levou o consulente Virgílio Dias a manifestar-nos a sua discordância. Gerou-se assim uma pequena mas acalorada controvérsia em torno da classificação de certos constituintes preposicionados que ocorrem normalmente depois de verbos de ligação (s...

Artigo do presidente do conselho geral do Grupo Lusófona e reitor da Universidade Lusófona do Porto, Fernando Santos Neves, publicado no "Jornal de Letras" do dia 14 de Agosto de 2008.