«A "Champions"» para aqui, «a "Champions"» para ali, «a "Champions"» para acolá – repetiu vezes sem conta, e ao seu melhor estilo impante, o treinador do FC Porto, José Mourinho, nos comentários a seguir ao empate caseiro contra o Desportivo* da Corunha. Não há pose, de facto, que resista a um resultado mais amargo. «Temos de controlar as nossas emoções, e foi isso que eu fiz», começara por referir, depois de toda aquela desconchavada gesticulação contra a arbitragem do alemão Markus Merk (desastrada para os dois lados, valha a verdade!) que se lhe vira, pela TV, durante o jogo da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões Europeus, na quarta-feira, 21. Ou terá sido um José Mourinho transportado antes de tempo no desejo** de se ver, finalmente, à frente de uma equipa inglesa, falando para ingleses, e, já agora, bem longe deste tão cada vez mais desacreditado futebol português?
* Deportivo de la Coruña chama-se o clube galego. Ou se diz e escreve como no original ou se aportuguesa o nome todo (Desportivo da Corunha); e não só uma parte (Corunha) e outra não (Deportivo).
** Depois de um outro jogo igualmente mal digerido, esse contra o Sporting, José Mourinho fez o seguinte pedido ao presidente do FC Porto: «Porque sei que as pessoas e o futebol português não gostam de mim é que peço ao meu presidente, Pinto da Costa: deixe-me ir embora no final da temporada.»
Cf. Cidades espanholas em português + Corunha / monibridismo