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Pelourinho // Mau uso da língua nos media

Mandato ou mandado?

Sobre uma ordem de detenção na Coreia do Sul

Na comunicação social, a precisão com as palavras é importante e essencial para evitar ambiguidades ou interpretações erradas. É o caso de uma notícia da CNN Portugal em 05/01/2025, sobre os protestos na Coreia do Sul, que envolveram manifestantes a apoiar o presidente destituído Yoon Suk-Yeol e a contestar um mandado de detenção (ver vídeo abaixo). No entanto, a pivô proferiu por quatro vezes a palavra mandato, quando na verdade se referia a mandado, conforme claramente indicado pelo oráculo que acompanhava a peça.

Ora, vejamos a diferença, porque estes substantivos têm significados diferentes: por um lado, mandado, na linguagem jurídica e administrativa, refere-se a uma ordem formal emitida por uma autoridade, como na expressão «mandado de detenção». É um documento que autoriza ou impõe uma ação, frequentemente relacionada com o uso da força legal ou administrativa. Mandato, por seu lado, refere-se, essencialmente, ao exercício de poder ou funções, geralmente atribuídas a um indivíduo para agir em nome de outrem, ou ao período de exercício de um cargo ou função, especialmente em contextos políticos, jurídicos ou administrativos.

No caso em questão, tratava-se de um «mandado de detenção» – uma ordem judicial que permite a detenção do ex-presidente sul-coreano. 

É claro, portanto, que este episódio sublinha a importância do uso dos termos adequados como forma de garantir uma transmissão mais clara e eficaz da mensagem. Que este caso sirva como uma oportunidade de valorizarmos ainda mais o rigor linguístico no dia a dia.

 

 

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa