As palavras estão vivas e vão fazendo o seu caminho. Umas definham e extinguem-se, passando apenas a engrossar o léxico cumulativo dos dicionários. Outras ganham novos significados.
As palavras estão vivas e vão fazendo o seu caminho. Umas definham e extinguem-se, passando apenas a engrossar o léxico cumulativo dos dicionários. Outras ganham novos significados.
Escreve o jornalista José Queirós, na sua despedida de provedor do leitor do “Público”, dirigindo-se a quem o cargo se destina: «Deu-me conta, em muitas centenas de mensagens, do incómodo e da indignação com que vê a multiplicação de atentados à língua portuguesa (erros ortográficos, pontapés na gramática, excesso de ...
Crónica do jornalista Wilton Fonseca publicada no jornal i de 7-02-2013, a propósito de um “tropeção” (ministerial). Diz o autor: «Não vivemos nem somos reféns das audiências, mas ser visto e ser "ouvisto" pelos portugueses é também uma razão para justificar o investimento que os portugueses pagam [para o serviço público de audiovisual].»
A Fundação Serralves trocada por uma inexistente "Fundação Serra Alves" e o «"expólio" exposto» do fotógrafo Eduardo Gageiro assinalados neste texto publicado no jornal "i" de 21-02-2013.
Aos domingos, quando chefes e editores descansam, as redacções reduzem os cuidados com as notícias. O número de asneiras aumenta.
A propósito das recentes di(con)vergências entre António Costa e António José Seguro, o principal semanário português publica um texto que traça uma espécie de biografia comparada de ambos, no qual, a dado trecho, se diz:
«Mesmo que subliminar, há um certo 'preconceito de classe' deste em relação aquele» (Expresso, n.º 2101, de 2 de fevereiro de 2013, caderno principal, p. 5).
Num artigo em forma de carta dirigida ao ministro Álvaro Santos Pereira, Miguel Sousa Tavares reincide no mau uso do verbo realizar. A frase é esta:
«Acontece, Álvaro, por aquilo que já me foi dado perceber,
que você ainda não realizou bem onde está: num país chamado Portugal»
(Expresso, primeiro caderno, p. 7)
Deveria lá estar obviamente entendeu ou compreendeu, em lugar de "realizou", um «falso amigo» oriundo de uma tradução indevida do verbo inglês to realize, que significa perceber, compreender, entender. (...)
Há uns dias, aproveitando um feriado, terminei finalmente a leitura do Ensaio sobre a Lucidez, de José Saramago.
A linguagem literária permite liberdades estilísticas que a linguagem referencial, assente na norma, não aceita. As escritas dos porventura dois mais representativos escritores da nossa contemporaneidade, José Saramago e António Lobo Antunes, são, aliás, disso bons exemplos. E ainda bem que assim é, pois só assim a língua se recria, se reinventa, se enriquece. Pessoalmente, leio com grande prazer os textos de um e de outro.
Um dia destes chegou-me às mãos uma correspondência do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS). O TCAS fica situado na Rua da Beneficência, em Lisboa, porém, o sobrescrito a que tive acesso refere Rua da Beneficiência.
Surpreendi no jornal português Record (n.º 11 848, de 20 de setembro de 2011, p. 40) a palavra bazookada (do inglês bazooka), confirmando uma tendência recente para alguns aportuguesamentos de contestável legitimidade. Neste caso, ainda por cima, não há nenhuma razão para que não se proceda ao seu aportuguesamento regular, desde logo porque já existem palavras da mesma família em português.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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