Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

O (...) leitor Segismundo de Bragança traz-nos duas dúvidas que ilustram algo que é relativamente comum: as pessoas que se interessam por questões de língua começam a dar conta de que há formas e construções (conjugações, concordâncias, formações de palavras, etc., etc.) que, pela lógica, não deviam ser como são.

Noticiar é divulgar factos. A construção da notícia funda-se em aspectos da ordem da referencialidade, verdade, fidelidade e responsabilidade. Mas muitas vezes o jornalista não está em condições de assegurar totalmente a validação da informação que transmite, porque não presenciou os factos que enuncia e porque, por intermédio da sua fonte, adquiriu apenas uma informação provisória. Nessa altura, ele tem ao seu dispor recursos linguísticos que servem exactamente para marcar a não efectividade...

A notícia em baixo transcrita (Público de 13 de Julho de 2007) e o seu autor, em particular, incorrem em dois erros muito comuns na imprensa portuguesa.

1)  Não têm em conta a diferença entre «aumentar dez por cento» e «aumentar dez pontos percentuais».

2)  Ignoram a diferença entre vereador e deputado na terminologia autárquica portuguesa. Só na Assembleia Municipal é que existem «deputados municipais»

Eleições intercalares de Lisboa

Saramago e o portunhol

José Saramago falando em portunhol num programa do segundo canal da televisão pública portuguesa.

Apontamento da professora Ana Martins, publicado originalmente no semanário Sol de 7 de Julho de 2007.

Nenhum jornal está imune a gralhas, nem sequer a erros, embora haja uns erros menos desculpáveis que outros. Só quem não anda à chuva é que não se molha. As edições online dos jornais portugueses parecem, no entanto, apostadas em superar, no erro, as suas irmãs de papel. De vez em quando, deparamos com notícias como a do Correio da Manhã<...

Que se opte por (e escreva) flexigurança, enfim, ainda se aceitam os argumentos a seu favor, por muito que deles se discorde, como é o caso. Mas “flexisegurança”, como se insiste no semanário Sol, ou “flexi-segurança”, como vinha na edição do mesmo dia do Público, decorrem, tão-só, de teimosia... ignorante.

António Costa, candidato do PS à Câmara Municipal de Lisboa, declarou na semana passada que, se ganhasse as eleições, ia criar um simplis, ou seja, um simplex para a cidade de Lisboa.

A que processo de formação vocabular pertencem estas duas palavras?

No programa As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa (RTP 1) de domingo passado, a propósito de uma notícia sobre a ETA, o comentador referiu que vale a pena acompanhar a situação e que o facto de não haver muita informação sobre o assunto pode querer dizer «As autoridades policiais [espanholas] vão intervir sem
Notícia do Jornal da Tarde1, um dos espaços nobres de informação da televisão pública portuguesa. Referia-se ela à transmissão da final de um concurso intitulado Sapo Challenge 20072, que, segundo o apresentador, terá envolvido «todas as escolas do país».

Essa transmiss...

Há uma arte de escrita de títulos nos jornais? Há.

O título designa, identifica, descreve e aponta para o conteúdo global do texto de que é porta-estandarte. O título tem de ter autonomia, tem de ser inteligível por si só e, ao mesmo tempo, instigar à leitura, criar a necessidade de ir buscar informação suplementar ao corpo da notícia.