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Discurso Académico

Uma área disciplinar em construção

A obra Discurso Académico: uma área disciplinar em construção, com organização de Fausto Caels, Luís Filipe Barbeiro Joana Vieira Santos (uma edição digital CELGA-ILTEC e Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, Politécnico de Leiria, disponível aqui) reúne um conjunto de artigos selecionados do I Encontro Nacional sobre Discurso Académico (ENDA 1), que teve lugar em Leiria, em setembro de 2018.

Trata-se de uma obra que pretende contribuir para a delimitação de uma disciplina de investigação, o discurso académico, tal como, em artigo inaugural, explica Carlos A. M. Gouveia, num texto onde caracteriza, delimita e apresenta questões basilares para esta área de estudos, que, inserindo-se no âmbito da linguística aplicada, incide sobre todos os níveis de ensino da língua, do básico ao superior. O enquadramento e a necessidade desta disciplina ficam bem claros nas palavras do linguista: «um dado fundamental do discurso académico e da investigação do discurso académico é a questão do desenvolvimento da literacia. Ou seja, a investigação do discurso académico faz-se para se tentar perceber efetivamente que realidade é esta e como mapeá-la, descrevê-la e cartografá-la, mas desse fazer resulta também a necessidade de produção de materiais que permitam o desenvolvimento da literacia, seja esta a literacia científica, seja a literacia escolar, digamos assim.» (p.34)

As restantes três partes da obra abordam o discurso académico no ensino básico e secundário e no ensino superior, terminado com um balanço das investigações desenvolvidas nesta área. A Parte II, dedicada ao ensino básico e secundário, inclui artigos sobre as seguintes temáticas: a escrita infantil no 1.º ciclo do ensino básico (Mafalda Mendes), a reescrita conjunta (Barbeiro e Barbeiro), os géneros usados na transmissão de conhecimento curricular nas disciplinas de português, história e ciências naturais (Caels e Quaresma), a literacia científica, no âmbito da leitura de géneros de divulgação científica (Gonçalves e Jorge) e, ainda, o texto oral de opinião, versando, em particular, o segmento abertura (Carla Marques).

A Parte III, que aborda o discurso académico no ensino superior, apresenta artigos dedicados à produção do artigo científico (Cardoso e Pinto), à apresentação do projetos Práticas Textuais 17|18, que trata géneros como a nota biográfica, a recensão crítica, a síntese e o artigo científico (Jorge, Coutinho, Fidalgo e Rosa), a um projeto de investigação centrado no artigo científico, na tese de doutoramento, na dissertação de mestrado, no abstract e no resumo (Silva, Santos e Sitoe). Ainda nesta secção, encontramos um artigo que aborda a questão da escrita colaborativa (Cardoso, Sebastião e Teixeira), a multimodalidade (Teixeira e Leal) e a fundamentação pedagógica (Silva, RodriguesCarvalho e Fardilha).

Finalmente, na Parte IV, os artigos discutem a questão da investigação sobre discurso académico em Portugal (Silva, Caels, Jorge e Pereira), os usos disciplinares do português no ensino básico (Fausto Caels), os géneros de texto nos programas em vigor (Noémia Jorge) e o discurso de formação docente (Íris Pereira).

Discurso Académico: uma área disciplinar em construção é uma obra onde se entrecruzam diferentes realidades de ensino e diferentes enquadramentos teóricos, que permitem, numa primeira abordagem, o mapeamento e a caracterização de géneros, ao mesmo tempo que se divulgam percursos de investigação neste domínio em Portugal. Trata-se de uma obra que abre caminhos para textos teóricos, reflexões teórico-didáticas e produção de materiais, áreas suscetíveis de interessarem aos leitores ligados ao ensino da oralidade e da escrita do discurso académico.

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