O título não podia ser mais elucidativo. Trata-se de um vade mecum ou, aportuguesando o latinismo, um vade-mécum, «pequeno guia que contém o essencial sobre um assunto». Neste caso, o tema são os lugares-comuns, também conhecidos por outros sinónimos (frase feita, aforismo, cliché), que poderão certamente distinguir-se uns dos outros, se nisso houver interesse teórico. Mas é prático o propósito desta obra, organizada em duas secções: na primeira, apresenta-se um extenso reportório de expressões como «cair o Carmo e a Trindade» ou «passar uma esponja», organizadas em verbetes que, formulados em linguagem acessível, dão informação semântica e etimológica; a segunda parte, muito menos extensa, é dedicada às locuções latinas recorrentes no léxico atual e corrente. A consulta é facilitada pelo útil índice alfabético que fecha o livro. Inventariando maneiras de dizer que dão cor ao discurso quotidiano, trata-se, portanto, de um dicionário indispensável, que se soma a outros publicados com mesmo espírito de divulgação e gosto pela memória cultural. Em relação ao Brasil, refiram-se Os Pecados da Língua, de Ledur & Sampaulo (ACE Editora,  Porto Alegre), A Casa da Mãe Joana – Curiosidade na origens das palavras, frases e marcas, de Reinaldo Pimenta ( Editora Campus, Rio de Janeiro), e os mais antigos Locuções Tradicionais no Brasil de Luís Câmara Cascudo (Editora Global, São Paulo), Tesouro da Fraseologia Brasileira, de Antenor Nascentes (Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro). Para o português lusitano, são de salientar o Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves, e, mais recentemente, Nas Bocas do Mundo (2009), de Sérgio Luís de Carvalho.