Holanda ou Países Baixos. Há muito que estas duas expressões servem para referir o país a norte da Bélgica e a oeste da Alemanha. Mas, a partir de 1 de janeiro, só uma será, oficialmente, a correta. As empresas, embaixadas, os ministérios, municípios e as universidades serão obrigadas a referir-se ao Estado conhecido pelos vastos campos de tulipas como Países Baixos. Porquê?
Na realidade, a Holanda é o nome de duas regiões dos Países Baixos. O Governo quer agora alterar a imagem do país no estrangeiro e investiu cerca de 200.000 euros na mudança oficial do nome, para que se torne mais inclusivo e promova todo o país — não apenas algumas regiões.
O Governo vai ainda alterar o logótipo internacional usado, nomeadamente, pelas agências turísticas, de forma a que contenha dois símbolos: NL (a abreviatura de Países Baixos, em inglês) e uma tulipa laranja, seguida da palavra Netherlands (a designação em inglês). Atualmente, o símbolo usado por órgãos oficiais era o de uma tulipa com a palavra Holland (Holanda, em inglês). Uma escolha que, segundo um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, não fazia sentido. «É um bocado estranho promover apenas uma pequena parte dos Países Baixos, ou seja, a Holanda», refere, citado pelo The Sydney Morning Herald.
Há cerca de 25 anos que a indústria do turismo começou a promover o país como Holanda, mas o mesmo representante governamental diz que é preciso «promover o comércio, a ciência e a política de todo o país».
Esta mudança de imagem faz parte de uma nova estratégia turística que visa atrair uma forma de turismo sustentável. O Governo quer pôr fim ao elevado número de visitantes e de voos low cost, que pressionam os recursos e as populações locais, e promover viagens mais sustentáveis e que respeitem o ambiente. O Executivo estima que o número de visitantes chegue a 30 milhões de pessoas em 2030.
Em 2016, a República Checa também mudou o nome para Czechia [sic]*, numa tentativa de tornar mais fácil de pronunciar internacionalmente.
* N.E. – Na frase final, escreve-se Czechia, que não é grafia portuguesa. Em português, a forma correta é Chéquia (cf. Código de Redação Interinstitucional para uso do português na União Europeia, e Vocabulário Onomástico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras).
Notícia publicada pelo jornal digital Observador em 1 de janeiro de 2020.