Os CTT Correios de Portugal acabam de lançar o livro "O Terramoto de 1755. Lisboa e a Europa", de Ana Cristina Araújo. O livro e a sua autora foram apresentados por José-Augusto França, ensaísta e crítico de arte e antigo professor na Sociedade Nacional de Belas-Artes.
A cerimónia teve lugar no auditório do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Desde que foi anunciada a sua publicação, o livro tem sido alvo de uma procura fora do habitual, traduzido em grande número de reservas nas estações de correio. Com uma edição limitada a 7 mil exemplares numerados, prevê-se que esgote rapidamente.
Ana Cristina Araújo é professora da Universidade de Coimbra. Tem vários livros publicados e dezenas de artigos em revistas nacionais e estrangeiras sobre temas de Cultura do Século XVIII. Sobre o terramoto de 1755 publicou em Portugal e em França importantes estudos. Tem proferido conferências alusivas ao tema em Portugal, França, Espanha, Alemanha, Suíça e Inglaterra.
"O Terramoto de 1755. Lisboa e a Europa" foi editado pelos CTT no âmbito da passagem dos 250 anos sobre o terramoto de 1755. Do livro fazem parte integrante dois selos e um bloco filatélico, da autoria de José Luís Tinoco, também alusivos ao terramoto.
Neste novo livro, Ana Cristina Araújo não se fica pela descrição do terramoto. Aborda a gestão da crise a que ele deu origem com a derrocada da capital portuguesa, dando a ver a actuação imediata do futuro Marquês de Pombal, cuja imagem é cuidadosamente retocada nas campanhas de propaganda política, conduzidas, à escala interna e internacional, pelo déspota esclarecido.
"O Terramoto de 1755. Lisboa e a Europa" faz também um retrato do terramoto à luz das ideias em voga na época, com uma sugestiva articulação entre as inquietações, utopias e debates filosóficos do século XVIII. Fala, por exemplo, das interpretações que associam o terramoto de 1755 à passagem do cometa Halley. E, entre outras ideias, toma o desastre de Lisboa como metáfora de uma nova ordem do mundo.