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Rui Ramos
(1945–2024)

Jornalista dedicado a temas sociolinguísticos de Angola

O jornalista angolano Rui Ramos, falecido em Lisboa, vítima de um  AVC, aos 79 anos de idade, teve uma vida, pessoal e profissional, tão repleta quanto prematuramente diversificada. 

Ativista anticolonialista desde a adolescência, em Luanda, que o levou até a dirigir um jornal liceal logo proibido pela censura colonial, preso político pela PIDE, durante três anos no Forte de Peniche, e depois pela DISA nos "anos brasa" pós-independência de Angola, em 1975.  

Regressado a Portugal, trabalhou durante 10 anos no semanário Expresso, com colaborações regulares, também, na TSFBBCRádio France, além de ter chefiado durante algum tempo o boletim em português África Confidencial

Começou nessa altura a sua participação ativa no Ciberdúvidas, com respostas e outros textos relacionados com o português de Angola e as suas línguas nacionais — continuada com o regresso a Luanda. Passou a integrar os quadros do Jornal de Angola, desde 2013, sendo ultimamente o responsável da prestigiada página “Caminhos da Vida”. 

Como jornalista mais antigo ainda no ativo em Angola, foi-lhe atribuído um papel relevante na formação de vários colegas mais jovens, cabendo-lhe ainda outra iniciativa notável, em vida: a dinamização de mais de uma centena de bibliotecas distribuídas graciosamente pelo interior mais recôndito de Angola¹. 

Em 2020, foi-lhe atribuído o título de Cidadão do Ano pelo programa “Conversa à Sombra da Mulemba”. 

O funeral realizou-se no  Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

Os nossos mais sentidos pêsames à família e, em particular, aos dois filhos e netos..

 

¹ Cf. Um livro, uma criança, muitos hospitais

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