Floresça, fale, cante, oiça-se e viva
a portuguesa língua, e já onde for,
senhora vá de si, soberba e altiva!
Se até aqui esteve baixa e sem louvor,
culpa é dos que a mal exercitaram,
esquecimento nosso, e desamor!
(...)
António Ferreira (Lisboa, 1528 - 1569), escritor e humanista português. É considerado um dos maiores poetas do classicismo renascentista de língua portuguesa, conhecido como o Horácio português. A sua obra mais conhecida é uma tragédia, Tragédia de Inês de Castro.
Floresça, fale, cante, oiça-se e viva
a portuguesa língua, e já onde for,
senhora vá de si, soberba e altiva!
Se até aqui esteve baixa e sem louvor,
culpa é dos que a mal exercitaram,
esquecimento nosso, e desamor!
(...)
Fuja daqui o odioso
Profano vulgo1, eu canto
As brandas Musas, a uns espíritos dados
Dos Céus ao novo canto
Heróico, e generoso
Nunca ouvido dos nossos bons passados.
Neste sejam cantados
Altos Reis, altos feitos,
Costume-se este ar nosso à Lira 2nova.
Acendei vossos peitos,
Engenhos bem criados.
Do fogo, que o Mundo outea vez renova.
Cada um faça alta prova
De seu espírito em tantas
Portuguesas conquistas, e vitórias,
De ...
Teu nome, Andrade, de qu´é bem qu´esperem
O de que se já sempre espantaram
Quantos te vem, quantos despois vierem:
Teu raro espríto, de que se honraram
5 As Musas, que de si tanto te deram,
E que tarde outro como a ti darão:
Os bons escritos teus, que mereceram
Ou ouro, ou cedro, pois já nessa idade
...
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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