Textos publicados pela autora
«Mexe-te!» (construção pseudorreflexa)
Pergunta: Na frase «Vamos lá, Carlos, mexe-te!», qual a função sintática desempenhada pelo pronome te?
Obrigada.Resposta: O caso apresentado constitui uma situação de análise um pouco complexa que corresponde a uma construção pseudorreflexa1. Nestas construções, afirma Duarte, «não é claro que nelas haja dois argumentos distintos com dois papéis temáticos diferentes»2. Entre os verbos que ocorrem em construções pseudorreflexas encontra-se um conjunto pequeno de verbos relacionados com o...
Direitos fundamentais
Entre significados e interpretações abusivas
A pretexto da divulgação do caso dos dados pessoais de imigrantes russos, promotores de uma manifestação de «solidariedade com Alexei Navalny» remetidos pela Câmara Municipal de Lisboa à Embaixada da Federação da Rússia, a professora Carla Marques reflete sobre os significados da expressão «direitos fundamentais». Crónica emitida no programa Páginas de Português, na Antena 2, do dia 20 de junho de 2021. Sobre o...
Aonde em «a bola regressa aonde já tinha estado»
Pergunta: Nesta frase seria possível dizer «a onde»?
1. E a bola regressa a onde já tinha estado.
E estas outras duas também seriam possíveis em Portugal?
2. E a bola regressa aonde já tinha estado.
3. E a bola regressa para onde já tinha estado.Resposta: A primeira frase está incorreta, enquanto as frases 2. e 3. são corretas.
A forma aonde é uma contração da preposição a com o advérbio relativo onde, que tem lugar sempre que estas palavras se encontram em contexto...
O verbo pretender e o pronome se
Pergunta: A dúvida surge na seguinte frase:
«Na segunda parte do trabalho, pretendeu-se determinar as constantes cinéticas da invertase de S. bayanus.»
A construção frásica «pretendeu-se determinar» está correta, ou deveria ser «pretendeu determinar-se»? Ou será que ambas são aceites?
Na Gramática do Português, volume II (organizada por Eduardo Buzaglo Paiva Raposo, Maria Fernanda Bacelar do Nascimento, Maria Antónia Coelho da Mota, Luísa Segura e Amália Mendes, publicada pela...
Pois como marcador conversacional
Pergunta: «Pois que adianta querer ser isto tudo se eu me vejo como um incompleto íon!»
Sobre esta sentença, tenho três indagações:
1. Nesta sentença, a locução "pois que" equivale a que tipo de conjunção? Ou ainda: qual o valor conjuntivo do termo "pois que"?
2. Caberia também um sinal de interrogação ao final desta sentença?
3. Caberia uma vírgula após a palavra tudo?
Obrigado.Resposta: Sem um contexto mais alargado, a frase apresentada é de difícil análise. Não obstante, estamos em crer que...
