Pergunta:
Existem muitas normas sobre como escrever as unidades por extenso e o confuso plural que o SI tanto gosta de pôr apenas a partir do dois, mas, quanto à pronúncia de certas unidades, nada têm. A unidade coulomb, C, unidade de carga elétrica, provém do nome do físico francês Charles Coulomb, que se pronuncia [kulõ]. Mas a unidade é por si uma palavra traduzível portuguesa. Em disciplinas como o Eletromagnetismo, as pessoas pronunciam o nome tal e qual como em francês, mas não se deveria ler «à portuguesa» como [kulõb]?
Outra regra sobre os plurais é que, nas unidades em homenagem a pessoas, o plural deve ser construído de acordo com as regras da língua de origem do nome. Neste caso, ler-se-ia «dois [kulõ]», «dois [kulõbs]» ou «dois [kulõʃ]»?
Resposta:
Normalmente, a adaptação de um nome estrangeiro é mais feita em função de como soa do que pela grafia. Por essa razão, formas como proustiano, «relativo a Proust», se leem como "prustiano", e não "prôstiano" nem "proustioano", ou seja, com o dígrafo ou de origem francesa pronunciado como em francês – [u].
Contudo, no caso de coulomb, a verdade é que a pronúncia portuguesa atestada é [kulõb], de acordo com a transcrição do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Ainda segundo a mesma fonte, o plural é coulombs, que soará como "culombes" e pode ter a transcrição fonética [kulõbɨʃ].
Em suma, não conhecemos normas rígidas para a adaptação de nomes de unidades com origem em nomes próprios estrangeiros. A adaptação dessas formas ao português pode ser maior ou menor – mas quando se trata do plural segue-se a morfologia portuguesa com a respetiva fonética, ou seja, com o morfema de plural pronunciado [ʃ].