Textos publicados pelo autor
A palavra alegria
Pergunta: Alegria é um substantivo primitivo, ou derivado?Resposta: A palavra alegria é um substantivo derivado de alegre mediante a junção do sufixo -ia. Existem substantivos formados de maneira semelhante, podendo ter como base de derivação um outro substantivo (abade > abadia, chefe > chefia) ou um adjectivo (maior > maioria,...
Retroagiotopónimo
Pergunta: É correcto escrever "retroagiotopónimo"?
O contexto: nota de rodapé para um artigo de revista.
O texto: «São Gião — Retroagiotopónimo de São Julião. O orago da paróquia de Cacia é São Julião, mártir da Igreja Católica, natural de Antioquia e marido de Santa Basilisa. O seu martírio ocorreu a 9 de Janeiro do ano de 309.»
Obrigado.Resposta: É possível formar o termo em questão, porque resulta da associação do prefixo retro- a hagiotopónimo, «nome de lugar com origem no nome de um...
"Multimorbosidade" e "co-morbilidade"
Pergunta: Muito agradecia que me informassem sobre o significado dos seguintes termos, usados em linguagem médica:
— co-morbilidade;
— multimorbosidade.
Os termos são geralmente usados para dizer que não houve um factor de morte que se pudesse isolar de um modo notório, havendo antes um acumular de factores que contribuíram para a morte de uma pessoa. A agravar as dúvidas, os termos parecem ser utilizados no mesmo sentido. Mas, nesse caso, por que termo optar, se é que uma das opções é legítima?
Obrigada.Resposta: Não...
A sintaxe de transpor + «Em pé» vs. «de pé»
Pergunta: Ciberdúvidas é a nossa bóia de salvação. Se os portugueses apresentam dúvidas em relação à sua própria língua, imaginem então o que se passa com uma pessoa de origem indiana (goesa) que frequentemente lê e ouve noticiários em inglês da BBC, fala português e concanim.
Obrigado pelo vosso apoio aos náufragos.
Primeira dúvida:
1 — «Da lagarta medonha transpôs à borboleta esbelta.» 2 — «Da lagarta medonha transpôs-se à borboleta esbelta.»3 — «Da lagarta medonha transpôs para a borboleta esbelta.»
Qual destas...
Falares das ilhas
Pergunta: À pergunta de um consulente sobre uso do verbo ter em vez de haver (no sentido de «existir») respondeu-se que aquele «não é usado em Portugal com esse sentido». Apenas gostaria de referir que essa atribuição do sentido «existir» ao verbo ter verifica-se no falar da Madeira e o seu uso não é infrequente. Devo referir ainda que há vários fenómenos linguísticos tidos por muitos estudiosos (nacionais e internacionais) como típicos do português do Brasil, mas que...
