Daniel Peres Sassuco - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Daniel Peres Sassuco
Daniel Peres Sassuco
193

Professor Auxiliar da Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto. Licenciado e Bacharel em Pedagogia Aplicada em Francês-Linguística Africana pelo Instituto Superior Pedagógico (ISP) de Lubumbashi na República Democrática do Congo. Mestre em Tratamento de Informação e Comunicação Multilingue pela Universidade Autónoma de Barcelona de Espanha. Doutor em Linguística Geral, especialidade de Linguística Africana pela Universidade Atlântica Internacional dos Estados Unidos da América. Agregado em ensino superior pela Universidade Agostinho Neto Leciona as cadeiras de Sociolinguística, Introdução à Linguística Bantu, Morfologia das Línguas Bantu e Linguística Contrastiva. Membro do Grupo de Pesquisa GRECORPA-Angola. Interessa-se às pesquisas de Descrição linguística, Estudos contrastivos, Políticas linguísticas, Tradução sentido-texto, Onomástica e Lexicografia, Recolha de dados orais (provérbios, contos, canções, adivinhas). Autores de uma série de artigos científicos e palestrante de várias comunicações a nível nacional, regional e internacional.

 
Textos publicados pelo autor
O Português de/em Angola
Peculiaridades Linguísticas e a Diversidade no Ensino
Por Alexandre Timbane, Daniel Peres Sassuco, Márcio Undolo

Angola parece, por vezes, destacar-se na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa como Estado pouco recetivo a convergências em matéria de política linguística, como poderá evidenciar, por exemplo, a sua posição pouco ou nada favorável ao Acordo Ortográfico de 1990. Para esta atitude de demarcação, terá contribuído a história recente do país, com mais de duas décadas de guerra civil logo após a independência, criando condições de instabilidade para que, na população, se definissem padrões de uso menos escrutinados com impacto inevitável na definição da norma nacional. Ao longo dos anos e confirmando esta perceção, figuras políticas e académicas, como foi o caso de Amélia Mingas (1940-2019), foram também reivindicando para as línguas nacionais uma função decisiva na construção da identidade nacional.

Como se observa na Apresentação desta obra (pp. 6-12), «[a] Língua Portuguesa (LP) chegou em Angola por meio do processo da colonização no século XV», acrescentando-se: «A colonização foi acompanhada da implementação da política linguística que obrigava o ensino e uso do português, segundo o Decreto-Lei nº 39.666, de 20 de maio de 1954, do Estatuto dos Indígenas Portugueses das Províncias da Guiné, Angola e Moçambique. O português falado em Angola já se distanciou da variedade de origem. Isso é perceptível na fala dos angolanos. Mas não havia estudos descritivos. Urge a necessidade de desenvolver estudos e pesquisas que visam caracterizar essa nova variedade em uso no cotidiano dos angolanos e angolanas.»

Tal é o contexto da publicação, em 2021, de O Português de/em Angola, homenagem a