Eça de Queirós - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Eça de Queirós
Eça de Queirós
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Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 – Neuilly-sur-Seine16 de agosto de 1900) foi um escritor realista português. Estudou Direito em Coimbra e fundou o jornal O Distrito de Évora, em 1866, colaborando ainda na Gazeta de Portugal. Em 1870, escreveu, com Ramalho Ortigão, o Mistério da Estrada de Sintra e, no ano seguinte, proferiu a conferência O Realismo como nova expressão de Arte, integrada nas Conferências do Casino. Entre 1872 e 1888 foi cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris e fundou, em 1889, a Revista de Portugal. Da sua obra, destacam-se: O Primo Basílio (1878), O Crime do Padre Amaro (1880) e Os Maias (1888). Mais informação aqui.

 
Textos publicados pelo autor
A preferência do estrageirimo ao idioma nacional

«Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade; e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa, vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização. Não há já para ele o especial e exclusivo encanto da fala materna com as suas influências afectivas, que o envolvem, o isolam das outras raças; e o cosmopolitismo do Verbo irremediavelmente lhe dá o cosmopolitismo do carácter. Por isso o poliglota nunca é patriota. Com cada idioma alheio que assimila introduzem-se-lhe no organismo moral modos alheios de pensar, modos alheios de sentir. O seu patriotismo desaparece, diluído em estrangeirismo...»

 

[Eça de Queirós, in A Correspondência de Fradique Mendes, 2ª. ed. Porto, 1902. pág. 142]