Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:
— Senhor Presidente: não sou daqueles que...
O verbo ia para o singular, ou para o plural? Tudo indicava o plural.
No entanto, podia perfeitamente ser o singular:
— Não sou daqueles que...
Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas era preciso precaver-se contra essas armadilhas da linguagem — que recusa? —, ele facilmente caía nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu ganhar tempo: