Pergunta:
Porque será que Rogério Alves (ex-bastonário da Ordem dos Advogados) costuma pronunciar "proce(é)ssual", e eu com [e] átono mudo (ver v. resposta 10 822 quanto à pronúncia das vogais em português)?
Pronunciará, por razão semelhante, "unive(é)rsal", ou será que, pelo contrário, sou eu revelando-me esdrúxulo, isto é, esquisito, exótico?
Resposta:
Claro que se devia dizer processual com e mudo e não aberto, o que provém de erro atribuído ao chamado pseudoeruditismo.
Os dicionários que têm transcrição fonética, o da Academia das Ciências de Lisboa e o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, apresentam e aberto pré-tónico, apesar de a vogal se encontrar em sílaba átona. Actualmente, verifica-se uma tendência para abrir certas vogais pré-tónicas, sobretudo em posição inicial, como assinala António Emiliano (Fonética do Português Europeu, Guimarães Editores, 2009, pág. 378, n. 32). Mas, mesmo noutras posições, há casos como inflação (talvez por analogia com substantivos terminados em -cção), invasão, maximizar, empestar, nos quais o a átono não fecha ou o e átono não passa a mudo.