Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria Regina Rocha
Maria Regina Rocha
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Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa; mestrado em Ciências da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e doutoranda na mesma; professora na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra; larga experiência pedagógica no ensino politécnico (Escola Superior de Educação de Coimbra) onde lecionou várias disciplinas na área da Língua Portuguesa. Autora (ou em coautoria), entre outros livros, de Cuidado com a Língua!, Assim é que é falar! 201 perguntas, respostas e regras sobre o português falado e escrito,  A Gramática – Português – 1.º Ciclo, A Gramática – Exercícios – 2.º  anoA Gramática – Exercícios – 3.º ano e A Gramática – Exercícios – 4. ano e Eu não dou erros!

 
Textos publicados pela autora
A confusão entre «de encontro a» e  «ao encontro de»

Comentário do apresentador Rui Unas, transcrito no jornal 24 Horas de 27 de Maio de 2007, justificando o fracasso de um programa da SIC: «O produto não vai de encontro aos gostos e, como se costuma dizer, gostos não se discutem. A onda agora é outra.»

(...)

Referência no Jornal 2 (RTP 2, 21 de Maio de 2007) sobre uma sondagem acerca do futuro aeroporto da Ota: «55% dos portugueses considera que o investimento no novo aeroporto não deve ser prioridade para o país (…), 19% não sabe ou não responde (…), apenas 16% aplaude a escolha do Governo.»

«Não queremos provendas nem queremos mordomias, mas seremos uma força de estabilidade (…)», referiu* o líder do CDS/PP, Paulo Portas, na apresentação do candidato do seu partido nas eleições antecipadas da Câmara de Lisboa.

Prebendas é o que devia ter sido dito. Prebenda significa «emprego rendoso e de pouco trabalho», enquanto provenda é um termo antigo que designava «provisão de mantimentos».

* in Telejornal, RTP 1, 19 de Maio de 2007

«Terá sido contactado há algum tempo por Robert Murat, para fazer um site na Internet ligado ao negócio mobiliário

Como esta informação* foi ilustrada com imagens de locais e apartamentos, a palavra a utilizar deveria ter sido imobiliário («negócio imobiliário»).

Mobiliário significa «relativo a móveis (a mobília)», «referente a bens móveis», enquanto imobiliário se utiliza para designar bens imóveis, não susceptíveis de ser deslocados, como é o caso de casas ou terrenos.

Rubrica («título ou entrada que constitui indicação geral do assunto, da categoria», «assinatura abreviada») é uma palavra grave – pelo que a sua sílaba tónica é a penúltima (bri), e não a antepenúltima, não tendo, portanto, nenhum acento. Palavra grave – e não esdrúxula, como se ouve frequentemente no audiovisual português.