Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria Regina Rocha
Maria Regina Rocha
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Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa; mestrado em Ciências da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e doutoranda na mesma; professora na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra; larga experiência pedagógica no ensino politécnico (Escola Superior de Educação de Coimbra) onde lecionou várias disciplinas na área da Língua Portuguesa. Autora (ou em coautoria), entre outros livros, de Cuidado com a Língua!, Assim é que é falar! 201 perguntas, respostas e regras sobre o português falado e escrito,  A Gramática – Português – 1.º Ciclo, A Gramática – Exercícios – 2.º  anoA Gramática – Exercícios – 3.º ano e A Gramática – Exercícios – 4. ano e Eu não dou erros!

 
Textos publicados pela autora

O uso do conjuntivo anda cada vez mais arredado na escrita jornalística. É este o caso:
«A Comissão Técnica das Urgências prometeu estar atenta, mas disse temer que as reformas para evitar mais ocorrências do género podem falhar por falta de meios técnicos e humanos.»1

O verbo temer exige um conjuntivo na oração integrante que se lhe segue, pois trata-se de um verbo que exprime um sentimento.

«Como se tratavam de valores baixos, o suspeito agora detido foi diversificando as agências onde fazia os depósitos, para iludir as autoridades (…)». 1

A construção "tratar-se de" significa «ser o caso de», «estar em causa», e é uma construção impessoal, o que faz com que só se conjugue na terceira pessoa do singular. Exemplos: «Trata-se de muitas pessoas», «tratava-se de várias burlas».
Portanto: «<span style="font-weight...

Primeiro, foi subcomissária da PSP, comentando os incidentes no Estádio da Luz, referindo-se ao local que fora destinado aos adeptos do Futebol Clube do Porto: «Efectivamente aquela posição não é uma posição para voltar a repetir.».

Depois, foi o próprio jornalista, autor da peça: «A PSP não quer que se voltem a repetir situações de violência».1

«As escaramuças verificaram-se quando as claques do Porto (…) chegaram, à zona do Estádio da Luz, pouco passavam das seis e meia da tarde.»1

O verbo passar tem de ficar no singular, pois o termo «das seis e meia da tarde» é apenas um seu complemento, um complemento preposicional. Logo: «As escaramuças verificaram-se quando as claques do Porto aqui chegaram, à zona do Estádio da Luz, pouco passava das seis e meia da tarde.»

«Ficou cumprido o objectivo: no dia da juventude, e para assinalar a data, milhares de jovens aprovaram uma resolução contra a precaridade e pela estabilidade no emprego», referia-se numa peça do Telejornal (RTP 1, 28 de Março p. p.) sobre uma manifestação de milhares de jovens contra as políticas de emprego em Portugal.