Maria Regina Rocha - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria Regina Rocha
Maria Regina Rocha
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Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa; mestrado em Ciências da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e doutoranda na mesma; professora na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra; larga experiência pedagógica no ensino politécnico (Escola Superior de Educação de Coimbra) onde lecionou várias disciplinas na área da Língua Portuguesa. Autora (ou em coautoria), entre outros livros, de Cuidado com a Língua!, Assim é que é falar! 201 perguntas, respostas e regras sobre o português falado e escrito,  A Gramática – Português – 1.º Ciclo, A Gramática – Exercícios – 2.º  anoA Gramática – Exercícios – 3.º ano e A Gramática – Exercícios – 4. ano e Eu não dou erros!

 
Textos publicados pela autora

«Longe vão os tempos onde as pessoas nasciam em casa.»*

Quando se trata de tempo, deve utilizar-se a preposição em e o relativo que: «O dia em que nasceu»; «o momento em que falou das aparições»; «o tempo em que as crianças andavam sozinhas pelos montes».

Portanto: «Longe vão os tempos em que as pessoas nasciam em casa.»

* Reportagem na RTP 1 sobre o centenário do nascimento da irmã Lúcia.

Comentário de António Vitorino1, sobre a Declaração de Berlim, proferida no âmbito das comemorações dos 50 anos do Tratado de Roma: «O texto tem muito do que é típico nos textos europeus, que se costuma chamar “a árvore de Natal”: cada um pôs lá aquilo que gosta mais. Ficou uma coisa sem hierarquia, sem critério.» (...)

«Cinco meses sem nada, a dispensa vazia, os miúdos sem ténis novos.»*

Despensa não tem nada que ver com dispensa.

Despensa significa «pequeno compartimento onde normalmente se guardam produtos alimentares», enquanto dispensa significa «licença para não se fazer algo a que se está obrigado», «permissão para não cumprir algo estabelecido», «isenção», «acto ou efeito de dispensar ou de ser dispensado».


* Júlia Pinheiro, na coluna Luz Negra, no jornal 24 Horas de 26 de Março de 2007

Na final do concurso Grandes Portugueses (RTP 1, 25 de Março p. p.), a apresentadora Maria Elisa utilizou por várias vezes o agradecimento «obrigado!» em vez de obrigada!. Tratando-se de uma pessoa do sexo feminino, a exclamação devia assumir a marca do feminino, pois significa «agradecido», «grato». A apresentadora estava agradecida, grata; por isso, deveria ter exclamado: «Obrigada!»

O ministro da Economia, Manuel Pinho, promove e paga – 6 milhões de euros – uma campanha publicitária turística do Algarve, assente nesta ideia: «para vender melhor» o Algarve aos estrangeiros, o nome Algarve passou a ser... "Allgarve". (...)