«A realidade socioeconómica portuguesa de hoje é marcadamente racializada na dimensão laboral, na dimensão geográfica e habitacional das áreas metropolitanas, nas desigualdades de acesso a espaços e bens públicos, na política e na comunicação social e mesmo na cidadania, nacionalidade e mobilidade. É como se a situação colonial tivesse sido transplantada para a ex-metrópole e o discurso lusotropical sobrevivesse como linguagem da negação.» Ensaio do antropólogo português Miguel Vale de Almeida publicado no jornal digital Setenta e Quatro em 10 de março de 2022. O autor revela como a ideia de lusotropicalismo, proposta pelo brasileiro Gilberto Freyre, foi transposta e se inscreve nas dinâmicas sociais, na vida culural e académica bem como até na discussão política do Portugal de hoje, em contexto pós-colonial.