Pedro Mateus - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Pedro Mateus
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Pedro Mateus, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, Estudos Portugueses e Franceses, pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa; mestrado em Literaturas Românicas, na área de especialização Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea pela mesma Faculdade.

 
Textos publicados pelo autor

Ainda que o estimado consulente não seja, pelo que me é dado a entender, adepto do recurso aos «grandes mestres», parece-me incontornável, na minha opinião, fazê-lo. Assim, insisto nas reflexões de Cunha e Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo): «PRONOMES RELATIVOS são assim chamados porque se referem, em regra geral, a um termo anterior — O ANTECEDENTE». Deste modo, «os PRONOMES RELATIVOS apresentam: [...] formas variáveis [o qual, a qual, os...

Já há pelo menos três anos que reparo que, nos postos de abastecimento da BP, surge, no pequeno visor do terminal portátil de pagamentos por multibanco, a seguinte mensagem, enquanto se espera pela conclusão da operação, depois de se marcar o código pessoal: «Seja bem-vindo "á" BP.» Ainda há dias, quando fui abastecer o meu veículo, reparei nesta incontornável frase. Ganhei coragem e resolvi ir mais longe — cronometrei o tempo de espera...

Tenho reparado que começa a ser preocupantemente corriqueira, na língua portuguesa, a utilização de conjunções e locuções subordinativas concessivas — como embora, ainda que, mesmo que — com o modo verbal indicativo, e não com o conjuntivo, como o seu uso, na maior parte das vezes, exige.

Para provar o que acabo de referir, aqui transcrevo dois exemplos recentes da autoria de dois jornalistas bastante conhecidos e de quem tenho, aliás, a melhor opinião.

Trabalho perto do Chiado, em Lisboa. Tenho, por isso, o hábito e o privilégio de almoçar em alguns daqueles simpáticos restaurantes que se encontram espalhados pela Calçada do Combro.