DÚVIDAS

A grafia de director-executivo (diretor-executivo, pós-AO)
Senhores peritos da língua portuguesa, Mais uma vez, as minhas felicitações pelo vosso (nosso) excepcional site, que tanto me tem ensinado e ajudado. A minha dúvida prende-se com a designação do cargo de director-executivo ser escrita com hífen ou não. Pela leitura de outros esclarecimentos feitos aqui, relativamente à palavra director, julgo poder inferir que são duas palavras justapostas. Porém, peço o vosso douto esclarecimento. Muito obrigado, desde já.
Sobre a ocorrência de crase
Primeiramente, parabenizo-os pelo ótimo trabalho realizado! Este site é realmente muito bom e tem-me ajudado muito! Peço, também, que me corrijam se cometi algum equívoco quanto à existência das regras citadas abaixo. Estive estudando a ocorrência da crase e percebi que diante da palavra casa, quando tem sentido de «lar» e quando não for especificada, não é admissível o uso do artigo a, não havendo assim a crase. Por exemplo: «Saí de casa cedo» (casa no sentido de «lar» — não admite artigo). «Fui à casa da Maria» (casa no sentido de «lar», mas especificada — admite o artigo). Também li que o pronome indefinido outro só admite crase quando determinar outro substantivo, subentendido ou não. Sobre essa regra tenho dúvida se é valida ou não. Por exemplo: «Saí desta praça e fui "a" outra» («outra praça qualquer» — não admite artigo). «Saí desta esquina e fui "à" outra» («a próxima esquina e não qualquer esquina» — admite artigo). Porém a minha dúvida surge com o uso da palavra casa e da palavra outra na mesma frase. Qual regra prevalecerá? «Há duas casas nesta rua. Eu saí desta casa e fui a outra casa.» Neste caso há duas regras aplicáveis: — ou não há artigo (não havendo a crase) porque casa tem sentido de «lar»; — ou há artigo (havendo a crase) porque outra indica a próxima casa e não uma casa qualquer. Se a regra do outro for válida, qual das duas regras eu devo aplicar? Muito obrigado!
O aportuguesamento de wenge (árvore e madeira)
Existe um tipo de madeira que as pessoas pronunciam como "venguê". Procurei em dicionários bem modernos – edições de 2009 – e já com o novo acordo ortográfico incluído – o da Porto Editora, de Portugal, e o Aurélio, do Brasil. Este nome não está incluído em nenhum deles, nem com v nem com w. Procurei na Internet e encontrei as grafias "wenguê", "wengue", "wengué", "wenge" e "wengé". Podem por favor dizer-me qual é a maneira correta de escrever esta palavra em português (Portugal e Brasil e, se for o caso, antes e depois do acordo ortográfico). Muito obrigado.
Ainda o uso da contracção dum (= de + um)
Estou a fazer a revisão de um artigo para uma revista científica e tenho uma dúvida em relação ao uso da contracção de + um, dum. Consultei o Ciberdúvidas e, apesar de ter confirmado a aceitação da contracção referida, parece-me que a mesma deve ser evitada em linguagem formal. Não encontrei nada que sustente esta minha opinião, por isso, pergunto: é aceitável esta contracção na escrita académica formal? Eis alguns exemplos retirados do artigo: «(...) numa fase pré-universitária, e num contexto de capitalismo hedonista, vêem e utilizam o seu tempo livre como evasão, predominando uma dimensão de diversão, em detrimento duma mais relacionada com a procura de informação.» «Possibilitadoras duma infinita acessibilidade, as tecnologias fazem com que os seus utilizadores se transformem através do seu uso.» «O facto de a construção de sentidos se realizar a partir duma linguagem múltipla, desde sons a gráficos visuais, significa que o navegante do ciberespaço tem de contar com uma série de conhecimentos (...).»
Concordância em «... nenhuma (das questões) me ofendeu...» + benfeito
No dia 21/03/2010, na Rede Gazeta de Televisão, no programa Prazer em Conhecer, o entrevistado é promotor de justiça, com pós-graduação, doutorado e mestrado segundo ele. Foi feita a pergunta pelo entrevistador se alguma das perguntas havia lhe ofendido, ele respondeu: «Das perguntas que foram feitas, nenhuma das questões me ofendeu.» Gostaria de saber se o verbo ofender neste caso fica mesmo no singular ou no plural. A outra questão é: na revista Veja número 12, edição 2157, de 24/03/2010, pág. amarela, o escritor escreveu a palavra "benfeito", não encontrei no meu dicionário Houaiss. Gostaria de saber se está mesmo correto, ou foi equívoco, ou se escreve bem feito (separado). Desde já meus sinceros agradecimentos.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa