Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Ortografia/Pontuação
João Machado Reformado Lisboa, Portugal 5K

Na expressão «mais o mar que eu nunca vi» oiço, por vezes, a forma antiga «mai-lo o mar...». Como se pode classificar gramaticalmente esta forma de expressão que, penso, tenha caído em desuso?

Paulo Aimoré Oliveira Barros Funcionário público federal Garanhuns, Brasil 5K

Lembro-me de que sempre vi escrita a denominação Média-Pérsia para designar a união dos medos e dos persas (o segundo grande império mundial), mas de uns tempos para cá tenho observado a estranha grafia Medo-Pérsia para referir-se ao mesmo império. Acho-a inusitada porque medo é adjetivo e Pérsia é substantivo. Julgo que o nome correto desse antiqüíssimo império deve trazer os dois substantivos: Média-Pérsia. Que dizeis?

Muito grato.

José Cruz Reformado Lisboa, Portugal 4K

Tenho assistido a algumas conferências sobre arqueologia e tenho ouvido duas versões para a pronúncia da palavra "megalito". Umas vezes "mégalito" e outras vezes "megálito". Qual a forma correta?

Os meus agradecimentos pelo vosso esclarecimento.

Luís Filipe Vaz Explicador/professor de Português Loures, Portugal 4K

A expressão de calão «estar na boa» tem um diminutivo, que lhe dá um significado ainda mais descansado. Como é que se escreve? «Estar na "boinha"» ou «estar na "boínha"»? Tenho procurado muito, mas não encontro.

Agradeço-vos desde já a vossa ajuda.

Ana Oliveira Estudante Porto, Portugal 6K

Numa tradução de francês para português surgiu o vocábulo marxisant, que gostaria de saber se a sua correspondência em português será "marxizante" ou "marxisante"? Ou será correcto utilizar os vocábulos marxismo e/ou marxiano?

Muito obrigada.

Olga Canudo Adminstrativa Lisboa, Portugal 7K

É correcto eu dizer «Eu facturo amiúdo» quando quero dizer que faço facturas de pequeno valor?

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil 3K

O historiador judeu Yosef ben Matityahu, ao se tornar cidadão romano, adotou o nome latino de Titus Flavius Josephus, com o qual escreveu vários clássicos da historiografia universal.

Ao ser aportuguesado (em português moderno), o seu nome romano só poderia ficar Tito Flávio José. Deveria, portanto, ser deste modo que nós, os lusoparlantes, teríamos de nos referir a ele ou, abreviadamente, apenas como Flávio José.

De qualquer forma, por descargo de consciência, indago a vós, infalíveis consultores, se a forma Tito Flávio Josefo e sua abreviação, Flávio Josefo, a qual é mais usual, têm cabimento no português moderno falado por nós todos.

Lembro-vos que em português hodierno temos apenas Josefa como feminino de José, o qual é o correspondente do prenome latino de origem hebraica Josephus.

Muitíssimo obrigado.

Ana Pedrosa Professora Lisboa, Portugal 38K

No 1.º ano do 1.º ciclo, como se ensina às crianças a divisão silábica de, por exemplo, carro, sossegado, pêssego, etc.? De acordo com o manual Pasta Mágica, a divisão silábica surge como aprendi na antiga 1.ª classe: guitarragui/ta/rra. Contudo, a professora do meu filho faz exercícios em que considera esta divisão errada, pois separa as palavras da seguinte forma: gui/tar/ra; car/ro; sos/se/ga/do; pês/se/go. Não estará a professora a fazer confusão com translineação? Creio que a um nível de 1.º ano do 1.º ciclo as crianças aprendem a noção de sílaba em termos fonéticos e não em termos gráficos (aqui, sim, será a translineação). O importante neste nível de aprendizagem é que a criança tenha a noção de separação baseada no som. Será que eu e as pessoas da minha geração aprendemos mal e o manual escolhido pelo colégio onde está o meu filho está errado? Será que algo mudou na nossa língua em termos de divisão silábica e não dei por isso? E aqui reforço que, no meu tempo de estudante, aprendi que uma sílaba é um fonema (som) ou um conjunto de fonemas (sons) pronunciado numa só emissão de voz. Assim, a palavra guitarra, dividida silabicamente, será gui/ta/RRA, pois os dois rr são um mesmo fonema (som). Será que até na minha formação universitária nas cadeiras de linguística me enganaram?! A noção de translineação, salvo erro, será iniciada ou em fins do 2.º ano ou no 3.º ano do 1.º ciclo, e aí, sim, a palavra será separada gui/tar/ra, mas já não será em termos fonéticos mas gráficos. Esclareçam-me, por favor, esta dúvida.

Luís Moita Professor Lisboa, Portugal 5K

Fiz, há dias, a seguinte pergunta: «Como se pronuncia a palavra blister? Tem acento grave ou agudo?» Penso que a pergunta estará identificada pelo n.º 25 587 e foi respondida por Carlos Rocha.

Fiquei, porém, algo decepcionado com a resposta, que não correspondeu às minhas dúvidas.

Em primeiro lugar, argumenta-se que é uma palavra inglesa. Porém, como se argumenta na resposta, da vossa responsabilidade, à pergunta 15 205, «O “blister” é muito utilizado na indústria farmacêutica, para acondicionar os comprimidos, as drageias ou as cápsulas.» E não me recordo da sua utilização entre aspas, pelo que ela já está efectivamente a ser aportuguesada. Ou seja: a palavra é de uso frequente, mesmo que ainda não esteja no dicionário da academia, pelo que interessa saber pronunciá-la.

De seguida, argumenta-se com a pronúncia constante do Dicionário Houaiss, de origem brasileira. Ora, segundo sei, esse dicionário é muito conceituado, mas não terá uma tendência para a pronúncia brasileira? Que tantas vezes difere da portuguesa?

Por estas razões, reformulo a minha pergunta: caso a palavra blister já esteja (ou venha a ser) aportuguesada, como se pronunciaria? Não seria mais natural que tivesse acento tónico agudo, à imagem de clister, mister ou Almoster?

Alexandra Campos Estudante Lisboa, Portugal 5K

Será que me podem ajudar? Queria saber o significado de "Eufrosínia". Não surge no dicionário, o contexto é a frase:

«... com excepção disto, que é o sentido obtuso; posso comentar tudo em Eufrosínia, com excepção da qualidade obtusa da sua face..."» (o excerto é de uma obra de Roland Barthes).