DÚVIDAS

Sobre critérios para aplicação do Acordo Ortográfico: paraquedas e para-quedas
Conforme Base XV 1.º) do novo Acordo Ortográfico, em Obs.: «Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, paraquedista, etc.» Ora, no Portal da Língua Portuguesa aparece a indicação seguinte: Ortografia Antiga (PE), Ortografia Antiga (PB) e Ortografia Nova, respectivamente: pára-quedas, pára-quedas e pára-quedas (tal como para-quedismo e para-quedista). Por outro lado, pesquisando no vocabulário do mesmo portal, encontra-se paraquedas com a indicação de «variação ortográfica de para-quedas» (mas, assim, deixa de estar conforme com a Base XV, creio). [...] Gostaria do vosso comentário sobre a grafia correcta a adoptar. Obrigado.
O aportuguesamento de Bourbon
Porventura existiria "Borbão" como aportuguesamento de Bourbon, nome de uma casa real que reinou na França, Espanha, Luxemburgo, Navarra, Duas Sicílias e Sardenha. Em italiano, é Borbone; em espanhol, é Borbón. Dom Pedro I do Brasil (IV de Portugal) tinha como sobrenomes «Bragança e Bourbon». Curioso que ele não aportuguesou Bourbon, como seria de se esperar de um príncipe de um país de língua portuguesa. Muito obrigado.
Oração subordinada reduzida de particípio
Gostaria que analisassem a frase: «O senhor Cláudio Rabelo convida para a palestra "O Português e Portugal", direcionada aos portugueses residentes no Brasil.» A oração «direcionada aos portugueses residentes no Brasil» pode ser considerada uma oração subordinada explicativa? A vírgula depois de «Portugal» é obrigatória, opcional, ou não deveria existir? Desde já agradeço a colaboração.
O plural da sigla CDcompact disc»)
Sei que este assunto já foi abordado, mas gostaria ainda de obter alguns esclarecimentos. Uma vez que CD não é bem uma sigla como as outras pois já se instalou no uso oral como um nome, será legítimo escrevê-la como palavra ("cêdê") e pluralizar esta ("cêdês"), sobretudo na ausência de outros indicadores para o seu entendimento no plural? Por exemplo, «aquela mesa era uma confusão: cadernos, papéis, pacotes de batatas fritas vazios, CD...». «CD» não funciona; "CDs" ou "CD's" não é aceitável. Usar "cêdês" entre aspas? Optar pela expressão discos compactos? Neste caso, não deveria formar-se uma palavra composta ("discos-compactos"), atendendo a que qualquer disco de madeira ou de metal é compacto?
Alfange e alfanje
No Dicionário Houaiss (edição portuguesa da Temas e Debates) encontro a palavra alfange e alfanje para o mesmo significado. No mesmo dicionário do Brasil (on-line) e no Michaelis vem só alfanje. Nos outros dicionários que consultei só encontro como correcto alfange com excepção do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, em linha na Net, que indica: «Nota: no Brasil, alfanje.» Gostaria de saber se vamos continuar a ter duas grafias diferentes para o mesmo significado, após o Novo Acordo Ortográfico. Conto, como sempre, com a vossa preciosa ajuda.
Artigo definido com sir e lorde
Lê-se e ouve-se frequentemente «de Sir Y» ou «de Lord(e) X». Penso que isto segue um certo hábito de prescindir do artigo definido associado a nomes, nas traduções do inglês («Andrew levantou-se»). Mas não será um português mais "normal" usar «do Sir Y» e «do Lord(e) X», à semelhança de «do Comendador Z», assim como «o Andrew levantou-se»? Quanto a «Sir», «Lord(e)», «Comendador» (tal como «Rei», «Presidente», «Engenheiro», etc.), quando a preceder um nome, creio que o uso de maiúscula ou minúscula inicial («Sir Peter» ou «sir Peter») é apenas uma questão de gosto, eventualmente para dar maior ou menor relevância ao título em questão ou para tratar com maior ou menor deferência a pessoa referida. Estou correcto? Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa