Aliteração, animismo e o verbo uivar
No verso «só se ouvia uivar o vento», para além da aliteração, poderemos considerar que ocorre uma personificação? Ou outro recurso?
Comparação: «como se uma invisível cortina os separasse»
Gostaria de saber se na frase «Só que agora quase não conversavam, era como se uma invisível cortina os separasse», retirada da obra O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, também podemos aceitar que existe uma metáfora?
Efetivamente, há uma comparação e penso que será só este recurso. Do meu ponto de vista, a expressão «era como» estabelece a comparação, que dá ênfase ao silêncio e ao afastamento que havia entre os dois seres («invisível cortina»).
Muito obrigada pela atenção.
Uma aliteração camoniana e um tique-taque
Nesta estrofe de Os Lusíadas a aliteração da letra d e t são usadas para indicar o tique-taque de um relógio?
Já neste tempo o lúcido Planeta,Que as horas vai do dia distinguindo,Chegava à desejada e lenta meta,A luz celeste às gentes encobrindo,E da casa marítima secretaLhe estava o Deus Noturno a porta abrindo,Quando as infidas gentes se chegaramAs naus, que pouco havia que ancoraram
Pleonasmo: «curtiu consigo a sua dor»
Na frase «Lembrou-se do conselho e curtiu consigo a sua dor», há pleonasmo na expressão «curtiu consigo»?
Muito obrigada!
O significado de camafeu
Quando dizemos que uma pessoa, que consideramos feia, é um camafeu (objeto de extrema beleza), qual é a figura de estilo que estamos a empregar?
Obrigado pelo vosso excelente trabalho.
Uma hipálage de "O sentimento de um ocidental" (Cesário Verde)
Gostaria de saber se no verso «Um cheiro salutar e honesto a pão no forno», do poema "O sentimento dum ocidental", de Cesário Verde, estamos perante uma hipálage.
Os meus agradecimentos, desde já.
Um verso de Camões: «e quase que sobre ele ando dobrado»
No verso «e quase que sobre ele ando dobrado» do poema «Julga-me toda a gente por perdido», de Camões, que recurso expressivo é utilizado?
Obrigada.
Metáfora e hipérbole em versos de Almeida Garrett
No poema "Seus Olhos", de Almeida Garrett, nos versos 4 e 5, «Não tinham luz de brilhar,/ Era chama de queimar», podemos aceitar a presença de três recursos expressivos, a metáfora, a hipérbole e a antítese?
Passo a explicar o meu ponto de vista.
– Metáfora e hipérbole (o poeta pretende realçar o poder que os olhos da mulher têm sobre ele e os sentimentos intensos que ela provoca, ao ponto de o fazer sofrer).
– Antítese (mostra que o amor que o sujeito poético sente é paradoxal, isto é, intenso, mas, ao mesmo tempo, destruidor).
Agradeço, desde já, a atenção e um possível esclarecimento.
Anáfora, enumeração, repetição
Gostaria de saber que recursos expressivos estão presentes nas seguintes frases, retiradas da obra Vanessa vai à luta de Luísa Costa Gomes (texto dramático):
1) «Oh, pobre de ti... nem um par de jeans... nem uma camisolinha de caxemira... nem um par de sabrinas douradas...»
2) «Que fixe! [...] Obrigada Pai! Obrigada Mãe! Obrigada Rodrigo! Que bom dia de anos! Que grande festa!»
Eu penso que tanto na 1.ª como na 2.ª existe uma anáfora. Na 1.ª, a anáfora é relativa à repetição do vocábulo nem, e na 2.ª a anáfora deve-se à repetição do que.
No entanto, parece-me que na frase 1 podemos assumir que existe igualmente uma enumeração, neste caso, de peças de roupa que a personagem não tem para vestir. No caso da frase 2, não sei se existe mais algum recurso para além daquele que já referi previamente.
Por fim, gostaria de esclarecer uma dúvida: existe algum recurso expressivo denominado repetição e, se sim, como se distingue da anáfora?
Obrigada pela vossa atenção!
Fico a aguardar uma resposta!
Obrigada.
Anáforas e polissíndeto
Em «E levantaram-se todos, e deitaram-se todos ao mar, e chegaram todos à porta da gruta onde morava o Polifemo», considerariam a existência de uma anáfora?
Obrigada!!