DÚVIDAS

O significado do plural de dimensão
Costumo aplicar o termo «grandes (ou pequenas) dimensões», no plural, para coisas mensuráveis em termos espaciais, já que a largura, altura, etc. corresponderiam, cada uma, a uma dimensão; e, por outro lado, «grande (ou pequena) dimensão», para coisas que não se medem dessa forma. Por exemplo: «um móvel de grandes dimensões», mas «um ataque aéreo de grande dimensão». Recentemente, tenho-me deparado com um uso diverso, nomeadamente um caso em que se falava em «contentores de lixo de grande dimensão». Isto é correcto ou fazia sentido a distinção que tenho vindo a aplicar?    O consulente adota a ortografia de 1945.
As orações introduzidas por «sem que...»
Gostaria de saber como classificar a oração iniciada por "sem que" na seguinte passagem de um texto de Hélia Correia: « Este Sermão revela-se um prodígio, um alto jogo de prestidigitação. Alegoria bem engendrada, sim, porém há muitas alegorias igualmente capazes. Todas servem para que se diga o que se quer dizer sem que se arrisque frontalmente o leitor.» Parece-me estar presente uma ideia de concessão / oposição... Estamos perante uma oração subordinada adverbial concessiva ou a uma coordenada adversativa ?
Presente do conjuntivo vs. futuro do conjuntivo
Qual é o tempo verbal mais adequado – presente do conjuntivo ou futuro do conjuntivo – às seguintes frases? Caso seja possível usar ambos os tempos verbais, existe alguma diferença de significado entre as frases resultantes? Quais as regras gerais de aplicação de um ou outro tempo verbal nas orações relativas? Podemos discutir outras propostas que considerem melhores. Podemos discutir outras propostas que considerarem melhores Podes escolher a casa que quiseres. Podes escolher a casa que queiras Podes escolher uma casa que quiseres. Podes escolher uma casa que queiras Aquele que quiser, pode vir comigo. Aquele que queira, pode vir comigo Podes fazer o que queiras. Podes fazer o que quiseres Fique onde eu lhe diga. Fique onde eu lhe disser.
A construção «que é/foi/será de...»
Qual a análise sintática das frases com "que será de" na acepção de «ter como destino, acontecer com» (Dicionário Caldas Aulete e Francisco Fernandes registram esses significados): Ex.: «Que seria "dele" sem o apoio da mulher?» O verbo ser para Fernandes teria objeto indireto («dele»), outros registram a frase, mas não analisam sintaticamente. Alguns dizem que o verbo fazer está em elipse – «Que seria [feito] dele sem o apoio da mulher», fazendo de «dele» objeto indireto do verbo elíptico fazer. Mas o fato é que não entram em acordo sobre a análise sintática . Alguns professores não conseguem analisar a transitividade do verbo ser. E o dicionário Michaelis vê como linguagem coloquial. 1) Qual a melhor análise seguindo os estudos linguísticos atuais sobre esta construção ? 2) Qual seria a análise sintática mais adequada de «dele»: predicativo do sujeito ou objeto indireto ? Grato pela resposta. Parabéns pelo ótimo trabalho de todos vocês.
A seleção do infinitivo pessoal por diferentes classes gramaticais
Tinha entendido, e corrijam-me se não é assim, que o uso do infinitivo pessoal era motivado por algumas partículas da língua (preposições, locuções prepositivas) ou contextos (depois de um verbo declarativo ou volitivo, numa frase subordinada em que há mudança de sujeito relativamente à oração principal). Atendendo a estas considerações, não consigo explicar muito bem o uso do infinitivo pessoal na seguinte frase: «Ficares aqui só te vai trazer problemas», dado que interpreto «ficares aqui» como a oração principal. Posteriormente, intuí que não se trata de uma oração principal, mas uma subordinada, subentendendo-se no início da frase «o facto de ficares…». Gostaria de saber se é assim e, no caso afirmativo, se haveria outros casos em que normalmente se omitisse essa preposição ou locução prepositiva inicial. Muito obrigada pela sua preciosa ajuda!
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