DÚVIDAS

O plural de nomes não-contáveis
Os substantivos inumeráveis mudam de sentido com o número conforme modelo. Quais são estes modelos? a) referido a matérias, a forma plural significa várias unidades ou amostras de diferentes marcas e qualidades dessa matéria; b) referido a sentimentos, emoções — manifestações particulares; e quais modelos funcionam para os pares tipo sopa-sopas, costa-costas, ar-ares, bem-bens, etc.? Qual é diferença entre as frases? «comi morango» — «comi morangos»; «comi uva» — «comi uvas», etc. A forma plural nestes contextos nem sempre significa variedade?
«Vagas remanescentes»
Gostaria de saber se é considerado redundante escrever «vagas remanescentes», isto é, se existem vagas para uma determinada actividade elas são forçosamente remanescentes, ou não? Partindo do pressuposto que existirá uma segunda fase de inscrições, será correcto escrever, por exemplo: «Prazo de inscrição: até dia 17 de Setembro, para eventuais vagas remanescentes.»? Ou seria mais correcto apenas: «... para eventuais vagas»? Agradeço qualquer esclarecimento sobre esta dúvida.
O uso do calão foder = prejudicar
Venho por este meio pedir o vosso auxílio para a resolução de um problema que muito tem suscitado a minha reflexão. A verdadeira inquietação que lhe subjaz é de natureza ética e antropológica, no seu sentido mais abrangente, mas a base que permitirá constituí-lo como objecto de reflexão e análise ulterior é, manifestamente, filológica. Trata-se do seguinte: quão antigo é o uso do calão foder como expressão corrente para designar «fazer mal»? Qual a origem histórica e linguística dessa associação? Qual o contexto da sua criação e difusão? Terá sido importada? Qual o vestígio literário mais remoto a atestar o seu uso em português? Ciente de que a resposta não será, porventura, fácil, agradeço desde já o seu esclarecimento.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa