A forma «foi imprimido»
Tenho uma dúvida relacionada ao uso da forma participial imprimido.
É certo que, por ser imprimir um verbo com duplo particípio, usa-se imprimido em tempos compostos e impresso nos demais casos. No entanto, creio ter percebido uma sutileza semântica que pode alterar esse padrão de uso. Com o sentido de «estampar, fixar, gravar, tipografar», [é verdade que] o padrão se mantém. Mas, com o sentido de «conferir alguma coisa a algo ou a alguém» ou «transmitir movimento/força a algo», penso que esse padrão se modifica, como se verifica em «Foi imprimida (e não impressa) grande velocidade ao carro para o estabelecimento do recorde».
Sendo assim, gostaria de saber duas coisas:
(1) O particípio regular imprimido pode ser usado não só em tempos compostos, a depender do seu sentido?
(2) Existem outros verbos (e quais seriam) que se encaixam nesse caso?
Muito obrigado!
Valores hipotético e factual das orações concessivas
A propósito da consulta sobre o tema acima, feita por Maria Fernández, em 01/02/2022, não consegui estabelecer diferença, quanto à factualidade, entre as orações «Ainda que tenha imenso trabalho» e «Mesmo que tenha imenso trabalho».
A meu ver, podem ambas ser tomadas como hipotéticas (talvez pelo valor ambíguo citado pela consultora Carla Marques), o que já não ocorre quando se emprega a conjunção embora: «Embora tenha imenso trabalho, João vai passear (irá à praia).»
O uso dessa conjunção confere um caráter de fato real indubitável à mensagem (ele tem, de fato, um imenso trabalho a fazer). Que não o impedirá de se divertir... Esperto, esse João!
O verbo sabotar
Ouvi dizer «ele saboteou» o que me faz assumir que existe o verbo sabotear, senão seria «ele sabotou» de sabotar.
Poderiam esclarecer a minha dúvida?
Muito obrigada pela atenção.
Conjunções locuções concessivas: ainda que, embora, mesmo que
Gostaria de saber se existe alguma diferença de sentido entre o uso de ainda que / embora / mesmo que.
Por exemplo:
– Ainda que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Mesmo que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Embora hoje tenha tempo, não vou às aulas.
Li num livro que a locução/conjunção usada dependeria de saber se é de um facto real (realmente tenho tempo mas, na mesma, não vou às aulas) ou de um facto hipotético (não sei se terei tempo, mas caso tenha, não vou às aulas). Isto é verdade? Pesquisei em várias gramáticas e em nenhuma encontrei tal distinção, é por isso que fiquei com a dúvida.
Muito obrigada pela atenção dispensada.
O verbo intransitivo caminhar
Se o verbo intransitivo fala só por si, porque na frase «A Alda caminhou muito» dizem que é verbo intransitivo, mas tem um complemento – muito?
Agradeço a vossa explicação.
«Continente australiano»
Em conversa com alguns colegas surgiu a seguinte dúvida: pode dizer-se «continente australiano», ou deve dizer-se «Oceânia»?
A expressão «saco de gatos»
Gostaria que me esclarecessem acerca da expressão «saco de gatos», nomeadamente no que diz respeito à sua origem e também ao seu significado.
Já li diversas descrições ou interpretações desta expressão, mas não tenho a certeza se estão todas corretas.
Grato.
As expressões «erro ortográfico» e «bonita caligrafia»
Estará errado dizer «erro ortográfico» e «bonita caligrafia»?
Será incoerente realmente?
Obrigado.
A expressão «de caminho»
Utilizar a frase «agora não posso, vou mais de caminho» é errado?
Obrigada
A análise sintática de não
«Não vi o Miguel.»
Na frase em apreço, não, de acordo com a Nomenclatura Gramatical Portuguesa (NGP) é complemento circunstancial de negação?
Afinal, existe essa nomenclatura na NGP? E de acordo com o Dicionário Terminológico?
Obrigado!
