Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Ana França Estudante Lisboa, Portugal 3K

Tenho uma pergunta em relação ao uso da expressão «sei lá!» Por que razão tem esta o valor negativo de «não sei» quando não comporta qualquer marcador de negação?

Obrigada pela atenção.

Misael Abreu Estudante Simão Dias (Sergipe), Brasil 5K

Segundo Ferrarezi Junior (2008, p. 157)*, «Nenhuma língua utiliza duas palavras ou expressões para dizer a mesmíssima coisa. [...] Por menor que seja a mudança, ela sempre ocorre quando trocamos uma palavra ou expressão por outra.» Partindo desse pressuposto, comecei a pensar sobre a existência ou não de sinonímia perfeita entre as locuções conjuntivas. Nas sentenças a seguir, por exemplo, todas as conjunções passam uma ideia de tempo; porém, parece-me que existe uma gradação de tempestividade (quão rápida a ação irá ocorrer).

O contexto é o seguinte: ao ser questionado sobre a data em que o edital de um concurso seria publicado, o governador afirmou: [1] «Quando tivermos a data correta, divulgaremos nos meios de comunicação.» [2] «Logo que tivermos a data correta, divulgaremos nos meios de comunicação.» [3] «Tão logo tivermos a data correta, divulgaremos nos meios de comunicação.» [4] «Assim que tivermos a data correta, divulgaremos nos meios de comunicação.» Essa hipótese está correta? Existiria uma gradação entre essas conjunções e locuções conjuntivas (não necessariamente nessa ordem)?

* Ferrarezi Junior, C. Semântica para a Educação Básica. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Marcos Vinícius Santana Estudante Rio Vermelho, Minas Gerais, Brasil 13K

A expressão «Ah, tá!» é uma locução interjetiva ou são duas interjeições separadas? 

Obrigado mais uma vez.

Carlos Araújo Professor São Paulo, Brasil 4K

Na seguinte enunciado «Florestas devastadas, solo, ar e água contaminados, fauna em extinção - tudo faz crer o fim, futuros desertos», em futuros desertos, poderia haver dupla interpretação, isto é, futuro poderia ser adjetivo do substantivo deserto = deserto que há de vir; porém, poderíamos pensar no futuro que será despovoado, desabitado. Mesmo pelo contexto, poderíamos pensar que o futuro será desértico ou o deserto será vindouro. Estaria correto o pensamento?

José Luís Garcês Administrativo Odivelas, Portugal 6K

«O povo da Cidade de Tomar reuniu-se e, pela primeira vez, elegeu como mordomo da Festa dos Tabuleiros uma mulher.»

Sei que o feminino de mordomo é governanta, quando aplicado à gestão de uma casa, que não é o caso. Penso que a forma correta é mordomo, tanto para o masculino como para o feminino, mas como já vi diversas pessoas escreverem mordoma, gostaria da vossa ajuda para esclarecimento.

Muito obrigado.

Carlos Guimarães Funcionário público Lisboa, Portugal 3K

«Caiu para sempre», em vez de morreu, que recurso expressivo é?

Obrigado.

Maria Quaresma Professora Barreiro, Portugal 6K

Gostaria de saber a vossa opinião sobre a presença da sinestesia nos seguintes exemplos: a) «deixando atrás de si como uma claridade, um reflexo de cabelos de oiro, e um aroma no ar»; b) «um dia de inverno suave e luminoso».

Obrigada pela ajuda!

Cisco Félix Chivembe Tradutor/Intérprete Windhoek, Namíbia 10K

Queria saber por que é que a expressão «assalto à mão armada» se grafa com acento grave. Parece-me dar a impressão de que a mão é que está a ser assaltada. Para perceber isso basta substituir «mão» por um substantivo masculino.

João Nunes Professor Lisboa, Portugal 2K

Tenho ideia de que antigamente a palavra reagir tinha certa conotação de antagonismo – usava-se «reagir a uma ofensa», ou a uma crítica –, ao passo que hoje é quase uma tradução de reply (replicar, responder) e se usa muito mais amplamente. Estou certo?

Ana Goulão Estudante Lisboa, Portugal 6K

Gostaria de saber qual o valor expressivo da hipálage presente nos versos «(...) é que eu te falo das palavras/desamparadas e desertas/pelo silêncio fascinadas.», do poema O Silêncio, de Eugénio de Andrade.