A construção passiva «Corre(m)-se riscos»
«Corre-se riscos.»
«Correm-se riscos.»
«Riscos são corridos»?
Ou «correr risco» é estar exposto a perigo, a risco, e portanto não é o risco que corre ou que é corrido — a pessoa é que fica exposta ao risco, que corre o risco. Nesse caso, o correto seria «corre-se riscos»!
Os verbos copulativos ou predicativos (ou de ligação)
Alguns manuais do 7.º ano incluem, e com sentido, os verbos tornar-se e revelar-se como copulativos, deixando a indicação de que há mais.
Peço uma pequena lista de mais alguns verbos copulativos a acrescentar aos já conhecidos.
A função sintática de suas
Nas orações abaixo, qual a função sintática de suas? Por se tratar morfologicamente de um pronome possessivo, poder-se-ia dizer que exerce a função de adjunto adnominal. Contudo, uma análise mais atenta revelaria que suas se refere a «direitos humanos». Desta forma, considerando que «violações» é um nome que exige complementação semântica e que «direitos humanos» complementa o sentido de «violações», funcionaria suas como um complemento nominal? Se esta análise estiver correta, é adequado utilizar um pronome possessivo como complemento nominal? Em caso negativo, qual seria então a alternativa para evitar a repetição de «direitos humanos» sem alterar substancialmente a estrutura frásica?
«Urge ensinar direitos humanos em escolas e universidades. A sociedade parece ignorar sua universalidade e a gravidade de suas violações.»
Mesóclise de complemento
Uma dúvida sobre mesóclise: como fazer quando há dois pronomes átonos? Por exemplo, quero dizer que nós poderíamos declarar tal fato uma calamidade. Devo dizer «poder-se-a-ia declarar», «podê-la-se-ia» talvez?
Orações subordinadas adjetivas e substantivas
Fiz recentemente uma prova de concurso público e acredito que em uma questão sobre orações subordinadas havia duas respostas corretas.
Segundo o gabarito, a questão correta era:
O período «A empresa tem trezentos funcionários, que moram em Londrina» é composto por uma oração subordinada explicativa que limita o sentido de «funcionários» ao explicar que, de todos os funcionários da empresa, apenas trezentos moram em Londrina.
No entanto, havia uma outra questão possivelmente correta, era ela:
Na frase «É fundamental que você compareça à reunião», há uma oração subordinada substantiva subjetiva que atua como sujeito do verbo da oração principal.
Após pesquisas, encontrei um exemplo exatamente igual à segunda questão, a qual afimava estar correta. Como a pesquisa foi feita pela Internet, e como sabemos que existem muitos sites não confiáveis, gostaria de uma posição a respeito da mesma.
Casos de uso da vírgula
Tenho algumas dúvidas sobre o uso da vírgula.
A respeito do uso de vírgula antes de sim nos exemplos abaixo. O uso está correto? A vírgula poderia ser omitida?
1)«– Quer assistir ao jogo lá em casa?
– Quero, sim.»
2) «Renata faz, sim, quatro horas de academia por dia.»
Em relação ao uso de vírgula entre as conjunções e e quando.
3) «Fui ao mercado e, quando estava voltando para casa, começou a chover.» /p>
(Neste caso, penso que a vírgula deveria ser obrigatória, pois a oração adverbial temporal está intercalada, porém quase nunca vejo essa vírgula ser usada).
Vírgula em «ou ainda».
O correto é:
4) «Se fizer isso, ele pode ser preso ou ainda, executado.»
Ou
5) «Se fizer isso, ele pode ser preso ou, ainda, executado.» (com vírgula depois de ou).
Sobre o sujeito ninguém
Na frase «Hoje, ninguém foi trabalhar», gostaria de saber qual o tipo de sujeito de ninguém (simples, ou indeterminado?)
A função de sol em «Está sol»
Numa aula de Língua Portuguesa, a professora classificou de predicativo do sujeito a palavra sol, na frase «Está sol». Logo de seguida, uma aluna perguntou qual era o sujeito da frase. No seu entender, a frase não teria sujeito, logo sol não poderia ser predicativo do sujeito.
Na sala dos professores, uma vez colocada a dúvida, ninguém soube dar uma resposta. Pergunto: como se resolve esta questão? A frase tem, ou não, sujeito? Se não tem, poderá sol ser o predicativo do sujeito?
A função de dúvida em «Havia dúvida»
Em «Havia dúvida de que o fato fosse verdadeiro», temos o verbo havia como intransitivo. Como podemos classificar a palavra dúvida? É um complemento de havia (havia o quê?), não é?
A especificidade do predicativo do sujeito (DT)
Leciono o 2.º ciclo e vamos entrar nas funções sintáticas. Há novo programa e um exame nacional no fim do ciclo. E há um grande problema de consciência para mim. Passo a explicar.
Por decreto, o DT impõe que os verbos constantes de uma determinada lista implicam sempre um nome predicativo do sujeito. Ora, isto ofende aquele princípio básico e indiscutível que obriga a tratar diferentemente o que é diferente. E a diferença, neste caso, não está nesse grupo de verbos, mas na natureza do referido predicativo – incide diretamente no sujeito e com ele coincide, considerando-o como um todo. Ex.: «Ele está doente.» Ora, isto é bastante diferente de «Ele está em casa». Aqui, a expressão «em casa» não incide diretamente no sujeito e muito menos coincide (se identifica) com ele. Este verbo (predicador) não é copulativo, mas incorpora aquela expressão, primeiro, e só depois realiza a predicação. Ou seja, aquela expressão é predicativo do predicador e não do sujeito.
Nota: Uso aqui a nomenclatura tradicional, porque, em rigor, todo o predicado e o predicado todo são predicativo do sujeito...
Estando disto convencido até prova em contrário, como posso eu, que, antes do português, promovo a lealdade na relação com os alunos, dar-lhes coelho por lebre?!
