DÚVIDAS

O significado da expressão «dar porrada de cego»
Ao ler uma composição de Camões, deparei-me com a expressão «dar porrada de cego». Gostava de saber se é uma expressão idiomática. Além disto, há algum dicionário dos termos utilizados por Camões? Agradeço a atenção e envio a composição. A este moto seu: Venceu-me Amor, não o nego; tem mais força qu'eu assaz; que, como é cego e rapaz dá-me porrada de cego! Volta Só porque é rapaz ruim, dei-lhe um bofete, zombando; diz-me: – Ó mau, estais-me dando porque sois maior que mim? Pois se eu vos descarrego... em dizendo isto, chaz! torna-m' outra. Tá! rapaz, que dás porrada de cego! Camões Muito obrigada.
Sobre o discurso directo num conto de Eça de Queirós
Sendo o diálogo um modo de expressão cuja função varia tendo em conta diversos aspectos, nomeadamente nas obras narrativas, gostaria de saber se o discurso directo utilizado por uma personagem (sendo este o único, o qual culmina a acção) pode ser considerado diálogo, uma vez que não existe senão uma última observação do narrador que nos dá conta da reacção do "público". Refiro-me, especificamente, à última e única fala do conto de Eça de Queirós A Aia («– Salvei o meu príncipe, e agora vou dar de mamar ao meu filho!»). Aguardando a vossa resposta.
O uso do vocábulo surreal
Hoje é muito comum utilizar a palavra «surreal» em vez de «surrealista». Esta última utiliza-se para referir o ideário, a primeira utiliza-se de forma quase indistinta para falar de algo muito estranho, invulgar. Não encontro a palavra «surreal» em nenhum dicionário e creio que se trata de mais uma influência do inglês. Faz algum sentido utilizar este anglicismo quando «surrealismo»/«surrealista» são termos perfeitamente adequados?
Ainda sobre a questão da intertextualidade e da recriação
No que respeita à resposta dada pela consultora Eunice Marta à minha pergunta, em 18/11/2005, devo dizer que não me resolveu a dúvida absolutamente. O caso que apresentei é evidentemente de intertextualidade, assim como uma paródia ou uma paráfrase. Quereria saber em qual espécie de intertextualidade se encaixa, se se poderia considerar uma recriação. Aguardo, se possível, uma resposta mais esclarecedora, a qual desde já agradeço.
«Hirto de fúria e indignação», um caso de pleonasmo
Qual a vossa opinião sobre o seguinte: no parágrafo que a seguir se transcreve, o segmento em maiúsculas é uma metáfora? «(...) O escravo que se seguiu era uma menina pequenina, com mais de seis anos de idade, arrancada dos braços duma mãe chorosa. Quando o leiloeiro abriu as licitações, Eragon obrigou-se a sair dali, HIRTO DE FÚRIA E INDIGNAÇÃO.» (...) Trata-se de um excerto do livro “Eragon”, inserido num manual escolar, daí a razão de vos colocar esta dúvida, pois devo dar aos meus alunos a resposta correcta.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa