Qual/quais os recursos expressivos presentes nos seguintes versos do poema de Eugénio de Andrade:
«e gravemente, comedidas,/ param as fontes a beber-te a face.»
Agradecia um esclarecimento sobre a função sintática do pronome pessoal me no verso «Minha loucura outros que me a tomem» (poema "D. Sebastião", de Mensagem).
Há quem considere complemento indireto, mas tenho dúvidas.
Muito agradecida pela atenção.
Pode considerar-se que se encontra uma hipálage no seguinte verso de Álvaro de Campos: «Trago o meu tédio e a minha falência fisicamente no pesar-me mais a mala...»?
Grato.
Tomemos a seguinte hipótese de decassílabo heróico:
«Ora a sua compleição perde fulgor.»
Pergunto se «sua» pode ser considerada uma sílaba métrica, ou seja, pergunto se uma sílaba métrica pode ser composta por duas vogais, de forma a que, apesar de serem da mesma palavra, uma pertença à sílaba tónica e outra não.
Faço notar que sei que a maneira de escandir depende muito dos hábitos de cada poeta. A pergunta que faço é meramente teórica.
Grato desde já pela atenção.
No último teste de português, fiquei com dúvidas quanto ao recurso expressivo presente na frase «Não o levam os coches, nem as liteiras, nem os cavalos, nem os escudeiros, nem os pajens, nem os lacaios, nem as tapeçarias, nem as pinturas, nem as baixelas, nem as joias».
Será que se trata de uma enumeração apenas ou também encontramos uma gradação?
Consultei vários glossários e dicionários e nenhum, dos que possuo, pôde me auxiliar no entendimento dessa contração marcada pelo apóstrofo («que a'm poder tem») nos versos que se seguem.
Trata-se de uma sinalefa? Se sim, como desenvolvê-la e como construí-la na ordem direta?
«(...) Deus nom mi a mostre, que a 'm poder tem,
se eu querria no mundo viver
por lhe nom querer bem nem a veer.'»
(Rui Pais de Ribela, ''A mia senhor, que mui de coraçom")
Desde já, agradeço a atenção dispensada.
A figura de linguagem zeugma refere-se apenas à omissão de termo já mencionado dentro da mesma oração ou também à omissão de termo mencionado em oração anterior?
Exemplo: «Pedro foi ao mercado ontem. Depois passou na oficina. Quando estava indo (*), encontrou Carlos.»
Na terceira oração se omite o termo «ao mercado», mencionado na primeira oração. Nesse caso, trata-se de zeugma ou de elipse, por o termo omitido não estar na mesma oração?
Obrigado.
Procurando em vários locais, encontrei definições bastante confusas sobre antonomásia e perífrase. Gostaria de saber:
1. A diferença entre antonomásia e perífrase.
2. Antonomásia é considerada um caso particular de metonímia?
3. Por que perífrase não é considerada um caso de metonímia?
Obrigado!
Na frase, «as conversas giram sempre sobre essa palavra: férias», pode considerar-se uma metáfora, ou é, simplesmente, um significado que a própria palavra assume?
Temos sempre de ver, apenas, o sentido mais literal das palavras, caso contrário temos de assumir sempre um uso metafórico?
Muito obrigada pelo esclarecimento.
Aludindo à crista espumosa das ondas, alguém dizia tratar-se de "cavalinhos". Temos igualmente o exemplo dos lendários "cavalos de Fão", tratando-se, neste caso, aglomerações rochosas existentes na zona do Ofir, Esposende. Há também o caso das rochas antropomórficas.
A questão é a seguinte: quer em relação aos cavalinhos das ondas, quer relativamente aos "cavalos de Fão", de que figura(s) de estilo estamos a falar? Simples metáforas, animismos, catacrese ?
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