Seu, dele e você no ensino da língua
Numa questão sobre seu/ dele ["Determinantes e pronomes possessivos seu/dele"], parece que entendem o dele também como pronome possessivo. Estou errado? É que, na verdade, já li tal "barbaridade" em, pelo menos, uma gramática da língua portuguesa usada programada para o 3.º ciclo e o ensino secundário. Em livros para o ensino do português (LE) na Galiza, esse erro é comum.
Em relação aos pronomes pessoais, a referida gramática coloca na 2.ª pessoa do singular tu/ você, e no plural vós/vocês. Os livros para o ensino do português (LE) vão mais longe: eu, tu, ele, ela, você, o senhor, a senhora, nós (não mencionam vós), eles, elas, os senhores, as senhoras.
Na verdade, anda por aí uma rapaziada – no caso da gramática, uma raparigada – a dar cabo da norma da língua.
Gostava de saber a vossa opinião no caso do dele/ dela, e plurais, como pronome possessivo.
Sobre a locução prepositiva «até a»
Na frase «leu o livro até à última linha», a palavra até pode ser considerada um advérbio de inclusão?
«Pelo arco-íris» vs. «por o arco-íris»
Tenho uma dúvida suscitada por um amigo meu brasileiro.
Esse meu amigo referiu há uns dias que, no Brasil, a frase «estou fascinado pelo arco-íris» é considerada pouco apropriada para um texto erudito. Isto por muitos escritores brasileiros considerarem que a contração pelo, que é resultado da aglutinação da antiga preposição per com o artigo ou pronome lo ou resultado da aglutinação de por e o, é informal e deve ser substituída por «por o», ficando: «Estou fascinado por o arco-íris.»
Eu, que sou português, pergunto agora se aqui em Portugal se segue similar ideia. O que será mais conveniente para um texto erudito do português europeu?
«Estou fascinado pelo arco-íris», ou «Estou fascinado por o arco-íris»?
Desde já agradeço a atenção dispensada.
Restringido e restrito
Relativamente ao verbo restringir, consultei a vossa resposta em 16/04/2004, mas não fiquei esclarecida.
Restrito é exclusivamente um adjetivo? Ou seja, dizer algo como «o acesso foi temporariamente restrito» está errado?
Muito obrigado e cumprimentos.
Sobre a contração dele(s)/dela(s)
Na frase «O livro é deles», qual é a classe morfológica de deles?
Pronome possessivo, ou pronome pessoal contraído?
O determinante artigo definido + determinante possessivo
Na frase «A minha casa é bonita, mas a tua é mais», a (minha/tua) é um determinante artigo definido, mesmo não estando antes de um nome?
Costumo explicar à minha filha que o determinante vem antes do nome, mas nestes casos vem antes de um determinante possessivo/pronome possessivo. Ela colocou-me esta questão. Presumo que, como se pode omitir o determinante, se mantenha a regra…
Obrigada.
O auxiliar de coagir na voz passiva
O verbo coagir deve usar-se com o auxiliar ser ou estar?
«Estar coagido a...», ou «ser coagido a...»?
Complemento do adjetivo vs. agente da passiva
Como distinguir claramente o complemento do adjetivo introduzido pela preposição por do complemento agente da passiva em orações participiais sem o verbo auxiliar (ser) expresso?
Considerando, por exemplo, as frases:
i) «Cresci acompanhado por uma frase silenciosa.»
ii) «Segundo a cronologia feita por Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em 16 de abril de 1889, em Lisboa.»
iii) «A poesia de Pessoa mostra-nos sujeitos dilacerados pela angústia de se sentirem conscientes da sua consciência.»
iv) «A poesia de Caeiro anula o núcleo metafísico do universo poético pessoano, obsessivamente dominado pela ausência de sentido que vê em tudo.»
Diria que na frase i) o constituinte iniciado por por constitui um complemento do adjetivo, mas, relativamente às restantes, tenho reservas.
A minha grande dúvida reside no facto de, nas construções passivas participiais, o verbo principal no particípio se assemelhar a um adjetivo, pelo que o segmento que se lhe segue, embora semanticamente possa sugerir o agente da ação, funciona sintaticamente como complemento do adjetivo. Como se pode identificar inequivocamente cada um dos complementos?
Agradeço, desde já, a atenção dedicada à minha questão.
A omissão do artigo definido num título noticioso
«Os países nórdicos voltam a estar no topo das classificações, de acordo com a ONU. Felicidade está relacionada com apoios sociais e governação por parte dos Estados.»
Gostaria de saber porque é omitido o artigo antes de «felicidade» e em que casos é possível fazer o mesmo.
Muito obrigada.
«O meu obrigado»
É sabido que agradecer com Obrigado ou Obrigada varia conforme o género da pessoa que o diz. No entanto, deparei-me com a seguinte dúvida:
A frase «Desde já, o meu muito obrigado», caso seja uma mulher a dizê-lo, varia para «Desde já, o meu muito obrigada», ou mantém-se o masculino?
