Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Fenómenos fonéticos
Álvaro Lima Estudante Ipiaú, Brasil 7K

Qual a explicação para a não palatalização (ou pelo menos parcial) das consoantes d e t na região Nordeste do Brasil? Ao mudar-me de Pernambuco para o Sudeste da Bahia/Baía, percebi uma mudança sensível na pronúncia do d e do t que são lidas “dji” e “tchi”, assim como no Sudeste do Brasil; deparei-me, assim como vários conterrâneos, ainda por cima, com o preconceito e com a discriminação por não pronunciar as ditas consoantes com palatalização. Qual a explicação linguística para este fenômeno em ambas as regiões? Gostaria, outrossim, de saber se existe alguma regra que defina a pronúncia-padrão das vogais átonas (como, por exemplo, o e com som de i, ou o com som de u).

Ana Sousa Estudante Lisboa, Portugal 6K

Recentemente surgiu a "moda" de pronunciar o s como x no início de algumas palavras.

Choca-me ouvir apresentadores dizer "jornal da xete" em vez de "jornal das sete" ou "à xinco" em vez de "às cinco". Não terão os meios de comunicação o dever de pronunciar correctamente as palavras?

Este fenómeno recente torna a pronúncia portuguesa já de si bastante fechada cada vez mais desagradável ao ouvido.

Álvaro Barros Estudante Ipiaú, Brasil 7K

Agradeço à equipa do Ciberdúvidas pelas respostas dadas anteriormente, e à senhora Ana Carina Prokopyshyn, por ter-me auxiliado na resposta 28 400.

Mas, ainda tendo algumas dúvidas, peço o vosso auxílio. Tendo em vista o que a senhora Ana Carina Prokopyshyn escreveu no trecho — «Estes desvios ou desarticulações são próprios da linguagem corrente, ou seja, são tendências do registro oral, mas devem ser evitados, principalmente na escrita, pois nos dias de hoje existem normas e convenções que devemos seguir» — ocorrem-me algumas questiúnculas.

No trecho «Estes desvios ou desarticulações são próprios da linguagem corrente, ou seja, são tendências do registro oral,» pode ser aplicado ao que se encontra na obra de Camões, Os Lusíadas, uma vez que se encontra formas como «ingrês»?

Em «Mas devem ser evitados, principalmente na escrita», isso levaria a uma inibição de novas formas fonéticas e estagnação na língua? Como ajustar esta conceção com as mudanças constantes que a língua viva sofre?

«Pois nos dias de hoje existem normas e convenções que devemos seguir.»

Por que as mudanças fonéticas ocorridas na passagem do latim para a língua portuguesa são aceitas e as que ocorrem dentro da própria língua não são aceitas, ou mal vistas, dependendo da classe social em que ocorrem? Só se considera uma forma legal e aceita aquela admitida na elite erudita que forma a língua? Mas quando nos recordamos que a língua portuguesa estruturou-se, tendo como base o latim vulgar, não entraria em contradição o pensamento cultivado pela norma culta de uma língua «perfeita»?

Ainda não consigo compreender as discussões e as dimensões das implicações que decorrem de críticas feitas à norma culta do português.

Vemos muitos argumentos em prol de mudanças na norma culta, mas que argumentos podem ser elencados para salvaguardar nosso patrimônio histórico e nossa tradição perpetuados na língua?

Agradecido pela atenção e consideração sempre prestada por todos vós.

Filipe Santos Magalhães Médico Itaperuna, Brasil 6K

Gostaria de saber qual é a pronúncia correta de hanseníase. Sei que quando falamos o nome bacilo de Hansen, em Hansen temos de falar com som de R, "Ransen", por ser nome próprio e de outro idioma. Em português, vejo que todos, inclusive na televisão, falam "Ranseníase", mas na palavra em português, aprendi que não falamos o H, então seria "ânseníase"... Está correto?

José Cunha Estudante Aveiro, Portugal 9K

Gostaria que me respondesse a esta dúvida: o que é o fenómeno da velarização?

António Machado Trolha Canidelo, Portugal 3K

Agradecia o favor de me esclarecerem o seguinte:

Qual a fonética de RENRede Eléctrica Nacional?

Conforme as regras ancestrais não deturpadas da gramática portuguesa: "rên"?

Ou de acordo com o modernismo devastador, macarrónico: "rène"?

Se possível, grato ficaria ainda que me informassem tomando apenas como base a gramática e as regras portuguesas, deixando de lado eventuais considerações fundamentadas nas normas gramaticais ou outras brasileiras.

Luís Amaral Afonso Investigador Lisboa, Portugal 4K

Um deputado, licenciado em Direito, pronuncia, na palavra contexto a sílaba -tex valendo tês. Todavia, o Dicionário Porto Editora confere à sílaba em questão a elocução –teis, o que está, aliás em consonância com texto, contextual, contextuação, etc.

Para mim, que sou ignorante nestas matérias, e, para mais sem a proeminência de ser deputado eleito da A. R., testo com aquela pronúncia só conheço na acepção: «tampa de vasilha», «cabeça», «chapéu».

Todavia, tendo em conta a proveniência do referido homem público, ficamos na dúvida se estamos na presença de uma variante insular açoriana, ou, pelo contrário, não passa de pura alarvice, isto na hipótese de que tenha completado no continente a sua instrução primária.

João Martins Estudante Lisboa, Portugal 6K

Qual a pronúncia da palavra copular? Oiço tanto com /ó/, aberto (tendo em conta a raiz da palavra com o substantivo cópula) e com /u/, fechado (tendo em conta tratar-se dum o atónico).

José Macário Revisor Lisboa, Portugal 18K

Para ilustrar o mais fielmente possível o modo mais comum de atender o telefone, o escritor optou por usar a forma "tou", em vez de estou.

A minha questão, sendo que é impossível contornar o uso desta "palavra", é se ela deve ser grafada com apóstrofo ("´tou") para ilustrar a contracção, ou sem apóstrofo ("tou"), uma vez que está em início de frase.

Obrigado.

Isabel Freire Controladora de tráfego aéreo Tomar, Portugal 5K

O a da palavra patético é aberto?