Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Fenómenos fonéticos
José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 681

No Brasil, o povo, em vez de dizer mobília, António, diz "mobilha", "Antonho", ou seja, palataliza o l e n seguidos de i, assim como o d e t.

Isso se dá também em Portugal? Há livros modernos de autores portugueses que ventilem o tema em causa?

Muito obrigado!

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 771

Relativamente à variação dos ditongos ou/oi, presente em palavras como ouro/oiro, poder-se-á afirmar que o ditongo oi é de cunho popular?

Obrigado.

Vitor Alberto Lessa Estudante Uberlândia, Brasil 1K

Há, notadamente, diferenças na grafia dos nomes dos países e das cidades no Brasil e em Portugal, como Irã e Irão; Moscou e Moscovo, Liechtenstein e Listenstaine/Listenstaina. Gostaria de saber o verdadeiro porquê disso.

Parece-me – mas não sei se estou certo disso – que as formas europeias são tentativas de um aportuguesamento maior, para talvez enfatizar o gênero do nome do país, e que as formas brasileiras são, limitadamente, tentativas de aproximar a grafia e a fonética da forma local.

Estou certo disso? Qual o verdadeiro motivo dessas diferenças?

Obrigado.

Matheus David Estudante Joinville, Brasil 2K

Aqui onde moro, temos o hábito de dizer: «Que que é isso?»

Gostaria de perguntar se isso está correto, a repetição do que, se há algum sentido.

(Não sei se ajudaria, mas o primeiro que é pronunciado com e fechado, já o outro como qui.)

Fernando Fernandes Professor Lisboa, Portugal 1K

Contacto-vos a propósito de uma questão que tem sido recorrente no âmbito da minha prática letiva. A propósito da evolução fonética, particularmente no processo de assimilação, tenho visto em alguns manuais ser usada como exemplo a evolução de ad sic para assim ou de ipse para esse, assumindo-se assim que, em ad sic o fonema /d/ evolui para /s/ e, em ipse, o mesmo se passa com o fonema /p/.

A minha questão é simples: tratando-se de evolução fonética – e de fonemas, portanto – não seria mais correto considerar-se que em ambos os casos ocorre uma síncope? A duplicação da consoante s advém, a meu ver, de uma convenção ortográfica, até porque, efetivamente, não pronunciamos o fonema /s/ duplicado.

Gostaria de saber a vossa opinião, que muito respeito, em relação a este tópico.

Grato pela vossa disponibilidade.

Conceição Coelho Pensionista Gaia , Portugal 2K

"Esgravatar" ou "esgaravatar"? Existem as duas opções como válidas?

Obrigada.

Altamir Farias Estudante Camaçari-Ba, Brasil 2K

Eu gostaria de saber o que significa esse ò com acento grave, que encontrei no dicionário Priberam:

Co-ra-gem (ò) significa que o som da letra é aberto, é isso?

Obrigado!

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, autor literário, pintor e youtuber Vitória (Espírito Santo) , Brasil 986

Se, de belo, vem beleza, por que de natural, não vem "naturaleza"?

Qual o real motivo da supressão de duas das letras do meio? Em espanhol, é naturaleza!

Fiz a busca no Google, até pelo site de vocês, mas a resposta não me apareceu!

Obrigado.

Fernando Pestana Professor Rio de Janeiro , Brasil 863

Algumas ocorrências que encontrei de pronomes oblíquos átonos arcaicos:

«Que estais no céu, santificado... Não no disse eu, menina? Seja o vosso nome…» (Almeida Garrett)

«Ele ou é trova, ou latim muito enrevezado, que eu não no entendo.» (Almeida Garrett)

«Via estar todo o Céu determinado / De fazer de Lisboa nova Roma; / Não no pode estorvar, que destinado / Está doutro Poder que tudo doma.» (Camões)

«O favor com que mais se acende o engenho / Não no dá a pátria, não, que está metida…» (Camões)

«Ora sabei, padre Fr. João, que eu bem no supunha, bem no esperava; mas parecia-me impossível, sempre me parecia impossível que viesse a acontecer.» (Eça de Queirós)

«A culpa de se malograrem estes sublimes intentos quem na tem é a sociedade…» (Camilo Castelo Branco)

«Parentes, amigos, nem visitas nenhumas parecia não nas ter.» (Almeida Garrett)

Há alguma explicação para o uso da consoante n antes dos oblíquos átonos?

Muito obrigado!

António Ferreira Comercial Portugal 1K

Compreendo a forma de pronunciar certas palavras, quando as mesmas assumem uma forma com silabas adicionais.

Como exemplo refiro: carro e carroça" (lendo-se cárro e cârroça), ou faca e faqueiro (lendo-se fáca e fâqueiro).

Assim sendo, como explicar o caso de raça e racismo, onde as duas palavras são ditas como "ráça" e "rácismo"?

Há alguma regra que possamos considerar para saber quando se abre ou fecha a vogal?

Obrigado.