DÚVIDAS

A expressão «mão de finado»
Ao ler o livro em epígrafe (1913, Ed. Aillaud, Alves & Cia, p. 141), deparei-me, no conto intitulado "O Solar de Montalvo", de Aquilino Ribeiro, com o seguinte excerto: «Na sala que abria para o pomar, a mão dum finado ardia numa luz resplendente e alva que cegava.» A expressão «mão do finado» surge também no conto homónimo de Teófilo Braga (Contos Tradicionais do Povo Português). Procurando o significado da expressão «mão de finado», somente encontrei o sentido de «avarento». No entanto, em ambas as obras acima citadas parece que o sentido não se refere a um adjetivo, mas sim a um substantivo, o qual não consegui descodificar. Assim sendo, venho solicitar ajuda para conhecer o sentido correto da expressão «mão de finado».
Psoriásico, psoriático, psórico e psoríaco
Qual é a forma correta de escrever: "artrite psoriásica", "artrite psoríaca" ou "artrite psoriática"? As três formas são encontradas em diferentes textos, mas em nenhum lugar se fala sobre a origem do termo ou qual a forma adequada de escrevê-lo. No site dos medicamentos de Alto Custo, utiliza-se o termo "psoríaca". Em sites de sociedades médicas, os termos psoriásica e psoriática são preferidos. Todas as formas estão corretas?
O verbo ir num verso de Camões: «Vai fermosa e não segura»
No vilancete camoniano “Descalça vai para a fonte”, no verso «vai fermosa e não segura», o constituinte «fermosa e segura» é classificado como predicativo do sujeito, o que confundiu os alunos, dado que o verbo ir seleciona complemento oblíquo, como no 1.º verso: «… vai para a fonte». Agradecia a vossa explicação, porquanto as gramáticas que consultei não foram esclarecedoras.
Origens do uso de lusitano, «português»
O melhor dicionário português (Houaiss) data a palavra lusitano de 1572. A primeira utilização registada dessa palavra seria então no verso «Que da ocidental praia lusitana» na obra de Luís Vaz de Camões, publicada em 1572. Esta datação parece-me, no entanto, inverosímil; e a palavra é certamente muito mais antiga que 1572. Em 1587, na segunda edição das Chronicles of England, Scotland, and Ireland de Raphael Holinshed surgem o adjetivo Lusitan («the Lusitan ships») e o substantivo Lusitan («to recouer so much of the Lusitans»). [...] A segunda edição das Chronicles não surge muito depois dos Lusíadas, e é improvável que uma palavra erudita criada em 1572 em Portugal surgisse como adjetivo e substantivo numa publicação inglesa pouco tempo depois.[..] Eu partia do princípio que a palavra lusitano tinha surgido na língua portuguesa ainda que não pelo pena de Luís Vaz, e que daí migrara para outras línguas incluindo Lusitan e depois Lusitanian em inglês, lusitains e depois lusitanien em francês, e noutras línguas. Mas será necessariamente assim? Será possível que a dita palavra tenha surgido de forma erudita noutra língua europeia e migrado para a língua portuguesa? Que opinam? Obrigado-
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