DÚVIDAS

O substantivo ligeira
Na região de onde sou, no interior paulista, é muito comum ouvirmos, quando em referência a um mendigo, o termo "lige(i)ra", como em «Esse lige(i)ra fica pedindo esmola sempre nessa esquina», segundo o Dicionário Informal. De acordo com o Aulete e o Michaelis, porém, ligeiro, no papel de substantivo, é que consta como sinônimo de pedinte ou andarilho – uma verdadeira surpresa para mim, que desconhecia tal acepção. Isso me leva, então, a deduzir que "lige(i)ra" seja uma variação regional (?) de ligeiro, termo em desuso por aqui. Nesse sentido, minha pergunta é: considerando o contexto referido, haveria ocorrências ou relatos da mesma prevalência, a de "lige(i)ra" em detrimento de ligeiro, entre falantes de outras comunidades de língua portuguesa? Obrigado.
Os valores do advérbio
Tenho percebido que o uso do vocábulo se assemelha a valores semânticos umas vezes próximos de adversativos, outras vezes talvez a condicionais como nos exemplos abaixo : «Divirta-se bastante nestas festas juninas, faça de tudo, só não solte balão.» (não estaria exercendo o papel da conjunção mas ou então da conjunção condicional contanto que?) «Todos quiseram o lanche. Só você [é] que não.» (não estaria neste caso exercendo o papel da preposição exceto?) «Foi só terminar a aula, que o garoto começou a brigar com os colegas.» (não estaria neste caso exercendo o papel de uma conjunção temporal?)
Reconceber e reconceção
Recentemente fui informado que a palavra reconceção e reconceber não se encontram dicionarizadas. Ora, trata-se, no essencial, de «tornar a conceber». Há alguma razão para que este prefixo não possa ser utilizado, tornando a palavra como portuguesa? Há muitos exemplos de palavras em que a (possível) utilização do prefixo não se encontra nos dicionários, todavia há palavras constituídas com o re que estão presentes, como por exemplo, o verbo rever («tornar a ver»), reconhecer («voltar a conhecer»). Agradeço a atenção.
A formação de segurês
Trabalho na area de design e comunicação, e estamos a desenvolver um projecto que vai endereçar a literacia de seguros/planos de saúde com o objectivo de descomplicar conceitos e termos. A nossa ideia é definir essa linguagem como “segurês”, e gostaríamos de saber se existem direitos de autor ou se poderia haver alguma implicação de futuro.    Questão escrita de acordo com a norma ortográfica de 1945.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa