DÚVIDAS

Orações coordenadas adversativas, novamente
A questão da classificação da primeira oração na frase composta por coordenação continua a levantar-me dúvidas, apesar de ter lido todos os comentários que aqui surgem a esse propósito. Na minha opinião, a forma mais coerente de classificar essas orações seria a de atribuir a ambas o estatuto de coordenadas, deste modo: «A Sara entrou, // mas saiu logo a seguir.» Classificação: É uma frase composta por duas orações coordenadas adversativas. Ou seja, a marca adversativa recai sobre ambas as orações; a oposição não se verifica apenas num sentido: «Ela saiu, mas tinha entrado», «Ela entrou, mas voltou a sair». Todavia, reconheço que nas conclusivas e nas explicativas o problema poderá colocar-se de forma um pouco diferente; aí, sim, poderá justificar-se falar de oração uma principal e de uma coordenada. Afinal, as conclusivas e as explicativas estão muito mais próximas das subordinadas, do que das coordenadas, penso que isso só não muda por uma questão de tradição.Desculpem o tempo que vos tomei. Obrigado.
Partenogénese
Sou um aluno do 12.º ano e, a propósito da notícia dada pela televisão sobre insólita "gravidez do dragão" de Komodo no jardim zoológico de Londres, fui incumbido de explicar para a minha turma o fenómeno científico. Da pesquisa efectuada, surgiram algumas dúvidas, pois os artigos por vezes consideram a partenogénese sinónimo de autofecundação. Li também um artigo que colocava a hipótese de o referido dragão ser hermafrodita e assim poder, em condições especiais de ambiente, autofecundar-se. Gostava por isso que me esclarecessem para assim poder apresentar o meu trabalho com o menor número de incongruências científicas.
Novamente pêlo e pelo
Entendo que pêlo é acentuado, constituindo excepção à regra gramatical de que as palavras portuguesas graves (ou paroxítonas) terminadas em vogal não carecem de acento, excepto se terminarem em ditongo, para a distinguir da homófona pelo (por + o). Não compreendo o porquê desta excepção, uma vez que a maioria das palavras homófonas são também homónimas e não me parece vir mal ao mundo por isso. Faria sentido se fosse para a distinguir de pelo [pélo], primeira pessoa do singular do presente indicativo de pelar. Esta é a minha primeira questão. Se é de facto assim e se existe alguma explicação para tal. A segunda questão é se esta excepção se aplica a outras palavras, tais como coca, sendo [côca] e [cóca], com diversos significados para cada. Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa