O uso da expressão «ilustre desconhecido»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Primeiro, quero saudar a contribuição desta plataforma para a promoção da língua portuguesa.
Gostava de saber se é errado ou incoerente dizer «ilustre desconhecido».
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            «Museu de Marinha»  vs. «Museu da Marinha»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Porque se diz «Museu de Marinha» e não «Museu da Marinha», entendendo-se o da como a contração da preposição de e o artigo que define o nome marinha, a?
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            «Formatos de anúncio» ou «formatos de anúncios»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Como tradutora, deparo-me muitas vezes com a estrutura "nome singular+nome plural" no inglês, como ad formats e bid adjustments.
Nesta pergunta relacionada, vocês mencionam "nomes contáveis e não contáveis". No entanto, não é explicado se a utilização de singular em vez de plural no segundo nome é efetivamente um erro gramatical na tradução.Ou seja:
1) "formatos de anúnciO" está incorreto em termos gramaticais? É obrigatório ser "formatos de anúnciOS", uma vez que "anúncios" é um nome contável neste contexto?
2) O mesmo se aplica a "ajustes de lance". "de lancE" ou "de lancES"? É obrigatório usar plural se o nome for contável? A utilização do singular é incorreta gramaticalmente?
A resposta dada na outra pergunta indica que os exemplos «máquina» e «refrigerante» "podem flexionar no plural", o que me pode levar a crer que não há uma obrigatoriedade em usar a estrutura "nome plural+preposição+nome plural" quando os dois nomes são contáveis.
Obrigada por esclarecerem esta questão.
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            A concordância do possessivo com o substantivo gente na frase «gente mascarada... expurgava as suas almas»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        A dúvida que se prende é com utilização da palavra gente, que por vezes pode revelar-se um pouco "traiçoeira". Na frase em consideração tenho alguma dificuldade em conseguir perceber se a mesma está ou não correcta[*]. Podem ajudar-me, por favor?
«(...) Gente mascarada em torno de uma fogueira de labaredas altas unia as vozes e num só cântico dançava, bebia, expurgava as suas almas como se estivesse possuída.»
Obrigado.
[*N.E. – Manteve-se a forma correcta, anterior ao Acordo Ortográfico de 1990, no quadro do qual se escreve agora correta.]
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            Incompaginável
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Estava lendo Peregrinação de Barnabé das Índias, de Mário Cláudio, quando lá pelas tantas me deparo com a palavra "incompagináveis". Pergunto-lhes que significado essa palavrinha tem. A mesma de incompatíveis, talvez?
Como aparentemente não há registro dela em dicionários, posso concluir tratar-se de um neologismo?
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            Conhecimento vs. conhecimentos
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Um colega de trabalho insiste que «adquirir conhecimento sobre» (por exemplo, «adquirir conhecimento sobre matemática») está errado e que, nestes casos, é necessário utilizar o plural: «adquirir conhecimentos sobre».
No entanto, uma pesquisa no Google mostra o dobro das entradas para a opção no singular. Além disso, pesquisei nos dicionários mais populares e não vejo motivo para considerar errada a construção no singular.
Na vossa opinião, «adquirir conhecimento sobre» está errado ou causaria alguma estranheza a um falante de português de Portugal?
Muito obrigada.
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            A expressão «condição sine qua non»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        [Pergunto] se a expressão «condição sine qua non» (ou seu plural «condições sine quibus non»), cuja tradução (não literal) seria «condição indispensável», [será] um pleonasmo chique, pois uma CONDIÇÃO para algo acontecer seria, por natureza, uma circunstância indispensável a tal acontecimento.
[...] Eu não [poderei] classificar a expressão em referência (aprioristicamente) como pleonasmo, pois a palavra condição possui diversas acepções que não remetem à circunstância de indispensável. Perfeito.
A dúvida que persiste é que, numa das acepções, abaixo transcrita, a palavra condição teria o sentido de «indispensáve»l, no dicionário da Infopédia, [...]: «3 – situação ou facto indispensável; cláusula; imposição; exigência.»
Portanto, [...] pergunto: o uso da expressão «condição sine qua non» especificamente no sentido supracitado, no qual a circunstância de indispensável aparece subjacente tanto à palavra condição, quanto ao restante daquela expressão (o trecho sine qua non), configuraria, portanto, pleonasmo?
Pela própria razão ora esboçada, entendo que sim. Estaria certo?
Agradeço a atenção, reiterando os parabéns ao Ciberdúvidas, pelos relevantes serviços prestados ao debate científico!
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            A etimologia e história da palavra alcateia
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Segundo todos os dicionários, a palavra alcateia tem origem árabe, com o significado de «rebanho, bando»1.
Será possível saber-se quando, como e por que razão é que este significado, por extensão semântica, evoluiu para «bando ou grupo de lobos»?
Muito obrigado. 
1 No Dicionário Houaiss, lê-se: «ár. al-qaṭīḤ ‘manada, rebanho’, der. do v. qaṭaḤ ‘dividir, separar parte do todo’.» O Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, de Adalberto Alves, regista: de الـقـطـيـع (al-qaṭîʿ), «o bando», «o rebanho». O Dicionário Infopédia em linha diz-nos: «Do árabe al-qatai'â, «"ebanho".»
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            O anglicismo semântico «o racional de alguma coisa»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Atualmente, utiliza-se frequentemente a palavra racional no mesmo sentido que se atribui em inglês a rationale. Ou seja, como um conjunto de razões ou argumentos que constituem a base lógica de uma ação ou convicção (exemplo: «não entendo o racional da tua decisão»).
No entanto, esta utilização de racional como nome (e não como adjetivo) não parece ser legitimada por nenhum dicionário. Com efeito, racional, como nome, apenas se encontra dicionarizado no sentido de «ser pensante».
Podemos admitir a utilização de racional daquela forma, ou trata-se de uma importação abusiva do Inglês?
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            O nome idade referido a entidades não animadas
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        A palavra idade pode usar-se mesmo quando não se refere a pessoas?
Por exemplo: «Qual a idade da sua empresa?»
A pergunta em cima está correta?
Obrigado.
                                    
                                    
                                    
                                    