Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Semântica nominal
José Miguel Pereira Docente universitário Lisboa, Portugal 7K

A minha dúvida deriva do seguinte: sou professor universitário de Virologia e sempre usei o género masculino para denominar os vírus (ex.: «a infecção pelo HIV»; «verificada no CMV»), mas recentemente fui confrontado com um comentário no qual me foi dito que os microrganismos não têm género, pelo que o correcto será dizer: «a infecção por HIV» e «verificada em CMV», entre outras. Qual é a forma correcta?

Obrigado pela vossa atenção.

Cátia Correia Estudante Braga, Portugal 3K

Podemos considerar oceano como holónimo?

Se considerarmos, os seus merónimos serão água, rochas, algas, peixes...?

E se considerarmos praia como holónimo, areia, mar, rochas podem ser seus merónimos?

Ana Safronova Estudante Moscovo, Rússia 16K

Os substantivos inumeráveis mudam de sentido com o número conforme modelo. Quais são estes modelos?

a) referido a matérias, a forma plural significa várias unidades ou amostras de diferentes marcas e qualidades dessa matéria;

b) referido a sentimentos, emoções — manifestações particulares;

e quais modelos funcionam para os pares tipo sopa-sopas, costa-costas, ar-ares, bem-bens, etc.?

Qual é diferença entre as frases?

«comi morango» — «comi morangos»;

«comi uva» — «comi uvas», etc.

A forma plural nestes contextos nem sempre significa variedade?

António Vilas Boas Bancário Lisboa, Portugal 6K

Gostaria de saber se é considerado redundante escrever «vagas remanescentes», isto é, se existem vagas para uma determinada actividade elas são forçosamente remanescentes, ou não? Partindo do pressuposto que existirá uma segunda fase de inscrições, será correcto escrever, por exemplo: «Prazo de inscrição: até dia 17 de Setembro, para eventuais vagas remanescentes.»? Ou seria mais correcto apenas: «... para eventuais vagas»?

Agradeço qualquer esclarecimento sobre esta dúvida.

Clara Silveira Secretária Aveiro, Portugal 3K

Gostaria que me fizessem o favor de esclarecer o seguinte:

Existe, de facto, alguma diferença entre progresso e progressos?

Em princípio, eu diria que sim, mas... Por exemplo:

A) «O aluno fez progressos assinaláveis.» – correcto

B) «O aluno fez (um) progresso assinalável.» – incorrecto

C) «O progresso do aluno.» – correcto

D) «Os progressos do aluno.» – correcto

E) «O progresso da Humanidade.» – correcto

F) «Os progressos da Humanidade.» – correcto

Neste dois últimos casos, sinto que, em E), significa «o conjunto dos progressos» (o total da soma) da Humanidade; em F), parece que incide sobre os diversos casos pontuais que marcaram a evolução da Humanidade (as várias parcelas da soma). Estou errada? Ou depende de cada falante/contexto?

Muito obrigada!

Gustavo Simas Professor Lisboa, Portugal 15K

Porque é que em relação a alguns animais não se marca o género?

João Pais Estudante Lisboa, Portugal 13K

Alguns dos nomes de países e territórios da região das Caraíbas têm uma multiplicidade de grafias, sendo complicado compreender qual delas adoptar. Se por um lado algumas são pouco usuais, outras são bem portuguesas. Neste caso, quando devemos adoptar os estrangeirismos locais?

As minhas dúvidas prendem-se com os seguintes casos:

— "Anguilla" (inglês), "Anguilha" (português), ou "Anguila" (português)?

— "Antigua e Barbuda" (castelhano), "Antígua e Barbuda" (misto de castelhano e português), ou "Antiga e Barbuda" (português)?

— Curaçao (neerlandês, vindo do português), ou Curação (português)?

— Bahamas (inglês, vindo do cast. «baja mar»), ou Baamas (português)?

— Ilhas Cayman (inglês, usado aparentemente no Brasil), Caymans, Caiman ou Caimã (português brasileiro), ou Ilhas Caimão (português europeu)?

— Dominica, ou Domínica?

— Montserrat (inglês), Monserrate (português), ou Monte-Serrado (como já vi aqui no Ciberdúvidas)?

— Nevis (inglês), Névis (misto de inglês e português), ou Neves?

— Trinidad (inglês, vindo do castelhano), Trinidade (misto de castelhano e português), ou Trindade (português)?

— Turks e Caicos (inglês): Turcos ou Turcas (português) e Caicos ou Caícos (português)?

Desde já, um muito obrigado.

Isabel Costa Professora Vila do Conde, Portugal 12K

Podemos considerar família, amigos como merónimos do holónimo vida?

Dorivaldo Jesus Estudante Luanda, Angola 6K

A minha dúvida consiste na expressão muito usada e que acabo sem perceber qual o real campo semântico da expressão «De que maneira». Oiço pessoas a dizerem: «Ele venceu, e de que maneira

Rafael Pombo Estudante Rio de Janeiro, Brasil 6K

Minha pergunta já foi feita aqui uma vez antes por um outro consulente, mas permaneço em dúvida a respeito do assunto:

Afinal, quando alguém diz que tem cíumes de outra pessoa, pode ser tanto de um indivíduo cujo lugar você gostaria de tomar (ou seja, uma inveja) quanto um zelo exagerado por alguém que se gosta? Ou apenas um dos dois? Em inglês, se não estou enganado, usa-se a palavra jealous e é sempre referindo-se à pessoa que se inveja, nunca a pessoa que você tem medo de perder. Em português, no entanto, sinto uma tendência maior a se dizer que se tem ciúmes da pessoa pela qual se tem muito zelo (como a música de Roberto Carlos Ciúme de Você)

Afinal, qual seria o mais correto? Ou ambos são aceitáveis?