Agradecendo antecipadamente a vossa resposta, pergunto se todos os elementos que recuperam anafórica ou cataforicamente um referente podem ser considerados deíticos textuais.
Na frase «come as ameixas!», como resposta, diz-se "come-as tu", ou "come-las"? "Comei-as vós", ou "comei-las vós"?
Tanto quanto sei, digo sempre "come-as" e "comei-as", mas já me disseram que não é assim!
Agradecia esclarecimento!
Como faço para diferenciar a palavra então de advérbio e conjunção (principalmente conclusiva)?
Grato.
«O elemento foi pego em flagrante pela nossa equipe de força policial; com o mesmo* foi encontrada certa quantia em drogas, além de uma arma de fogo e dinheiro trocado".»
Usa-se com frequência o termo «o(a) mesmo» como recurso de retomada do termo citado anteriormente, (função dos pronomes?).Vejo certa construção usada na linguagem policial, como um jargão já consagrado; vi em alguns textos jornalísticos e, por incrível, ser empregado em algumas redações do ENEM a que tive acesso.
Gostaria de saber se é aceitável fazer certo uso, substituindo o pronome. Gostaria também da vossa opinião de como ficaria o trecho citado no começo, caso se substituísse o termo por um pronome, e gostaria de saber qual seria o pronome equivalente para a substituição.
Alguns colegas me apontaram como sendo o pronome ele, mas não achei tão formal o uso.
Agradeço atenciosamente a resposta.
Gostaria de saber, por favor, se o pronome oblíquo átono o está correto na seguinte frase:
«Não queria discutir minhas reflexões. Na verdade, ainda não sei se o quero.»
Estaria correto omiti-lo, de acordo com a norma culta, como normalmente fazemos na linguagem coloquial? Se puderem me explicar, eu ficarei agradecido.
Muito obrigado pela ajuda.
Até mais.
Gostaria de saber em que medida a expressão seguinte configura uma catáfora. O exercício, de um exame de português de 12.º ano, diz assim:
«O recurso à expressão "tudo o que Fernando Pessoa não pode ser" configura uma... Catáfora, reiteração, anáfora ou elipse. (Escolha múltipla)»
As soluções indicam «catáfora».
Contexto: «(...) a verdade é que é de Caeiro que irradia toda a heteronímia pessoana, pois ele é tudo o que Fernando Pessoa não pode ser: uno porque infinitamente múltiplo, o argonauta das sensações, o sol do universo pessoano.»
Neste caso «ele» é o correferente, e «tudo o que o Fernando Pessoa não pode ser», o referente, uma vez que na catáfora o correferente aparece antes do referente?
Gostaria que me elucidassem, pois fiquei confusa.
Obrigada.
Quanto à resposta dada à consulta de Fernando Gaspar, em 30/9/2019, inclino-me a ficar com a impressão do consulente, em detrimento do parecer da consultora.
Se não, vejamos: o pronome o, a meu juízo, deve retomar um termo ou uma oração já referida, mas a oração já referida, no caso em tela, é «a irritação ditava-lhe uma violenta resposta», e não «dar uma violenta resposta» (a análise se deve fazer com o que está escrito, e não com ilações; do contrário, cada um poderia ter a sua e usar o pronome que lhe interessasse). Assim sendo, é impossível a substituição por causa do risco de ilogicidade. A forma lha se impõe, então; sendo a o pronome vicário de «violenta resposta».
Distração de Júlio Diniz.
Num artigo do consultório deparou-se-me a citação seguinte:
«A irritação ditava-lhe uma violenta resposta, mas já lho não permitia a consciência.» (Júlio Dinis, A Morgadinha dos Canaviais. 1860).
Esta frase suscitou-me a dúvida seguinte cujo esclarecimento antecipadamente agradeço.
Pergunto se, corretamente, não deverá antes escrever-se: «…mas já não lha permitia a consciência», isto é, escrever «lha» em vez de «lho», porquanto na 2.ª oração estamos referindo-nos à violenta resposta.
No excerto do texto
«A outra circunstância é altamente importante, e modifica radicalmente a maneira como Orpheu tem sido visto. Na verdade, após essa revista e outras igualmente efémeras (ou que não chegavam sequer à informação da grande imprensa e ao público em geral), o Modernismo foi longamente ofuscado pela continuidade literária anterior»
«Orpheu» e «essa revista» podem constituir um caso de coesão lexical por substituição, sendo «revista» um hiperónimo de «Orpheu»? Ou a presença do determinante demonstrativo «essa» inviabiliza esta hipótese. Se assim for, será um caso de coesão gramatical referencial por correferência? Se sim, porquê?
Muito agradeço, antecipadamente, a vossa resposta.
Na frase «O João magoou-se», o verbo é transitivo ou intransitivo?
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