Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Maísa Aline Estudante Rio Grande, Brasil 35K

Como poderíamos justificar o uso da vírgula nas orações abaixo?

1) «O Ponto Final a Vírgula e o Ponto de Interrogação tentavam descobrir qual deles era o mais importante.»

2) «Comigo, podem ser apenas três: “Ana Teresa, Maria José, Rita Sofia”. Mas também podem ser quatro: “Ana, Teresa, Maria José, Rita Sofia”. Sem mim, nunca saberão.»

3) «Digamos que valemos todos o mesmo. Sem pontos, vírgulas e pontos de interrogação, as palavras andavam todas perdidas pelo meio das histórias.»

Deo Mendes Ex-professora Lisboa, Portugal 37K

O verbo ensinar não se usa com a preposição a («a alguém»)? Estão correctas as inúmeras frases agora colocadas nas ruas de Lisboa, a propósito da visita do Papa? Exs.: «Confiar foi o Pai que me ensinou», «Rezar foi o Pai que me ensinou», «Partilhar foi o pai que me ensinou». E sem qualquer tipo de pontuação.

Agradeço o esclarecimento.

Ana Brito Professora Brasília, Brasil 11K

Sou frequentadora assídua das páginas do Ciberdúvidas. Aqui encontro respostas às mais diversas dúvidas que, por vezes, se apresentam enquanto escrevo. Sem dúvida, este é um espaço no qual se encontram orientações elaboradas de forma clara, correta e objetiva.

No entanto, quero tecer alguns comentários a respeito da resposta dada às questões do texto Sobre a próclise, a mesóclise e a ênclise (Edite Prada :: 04/05/2004).

As respostas apresentadas ao consulente são bastante elucidativas, porém as justificativas dadas ao uso do pronome no Brasil são, no meu modo de pensar, extremamente superficiais. Aliás, nem se pode falar no plural, pois há somente uma: "porque obedece à regra geral".

No Brasil, há, sim, um distanciamento natural entre a fala e a escrita, por motivos que vão muito além do mero descaso para com a língua – há raízes históricas e problemas estruturais graves.

No que concerne à norma culta, mais especificamente à escrita, preconiza-se o uso das regras. Dessa forma, as justificativas aqui deveriam levar em conta as normas gramaticais e não o uso informal da língua, pois dá a impressão de que no Brasil os gramáticos concordam com esta "regra geral" e que as escolas adotam-nas.

O brasileiro, ainda que tenha bons conhecimentos e uma sólida formação, estabelece diferenças entre as diversas situações de uso da língua. Eu arriscaria dizer que, com relação à fala, somos muito mais "situacionais" – "contextuais" do que propriamente "gramaticais".

Eu disse com relação à fala, pois os que fazem uso do padrão culto na modalidade escrita sabem que as regras existem e que a gramática é normativa.

Felicidades a todas(os) e parabéns pelo inestimável trabalho de aclarar as dúvidas e clarear os espíritos.

Grata.

Luciano Eduardo de OIiveira Professor Brno, República Checa 3K

Aqui afirma-se que depois de certos advérbios se usa a próclise. A minha pergunta é se assim se inclui entre esses «certos advérbios», mais especificamente, o que é mais comum/correto em português europeu: «Assim te divertes economizando», ou «Assim divertes-te economizando»?

Muito obrigado.

Marta Costa Santos Jornalista Lisboa, Portugal 2K

Aqui há dias escrevi a seguinte frase: «Se falhares oito vezes, da próxima vez que jogares aparecerá um bloco verde com um ponto de exclamação.»

Fui corrigida por um revisor, que me "obrigou" a alterar o que tinha escrito: «Se falhares oito vezes, da próxima vez que jogares, aparecerá um bloco verde com um ponto de exclamação.»

Sei que a frase está correcta, mas aquela segunda vírgula é ou não é obrigatória? E, seja qual for a resposta, porquê?

Obrigada.

Luís A. Silva Estudante Lisboa, Portugal 6K

Agradeço que, com a vossa competência linguística, me digam o que significam as seguintes expressões que vi no meu livro de gramática e acerca das quais não fui até hoje suficientemente esclarecido:

«Posição sintáctica terminal.»

«Interpretação semântica composicional.»

Muito obrigado pela tão grande ajuda que dão a quem se interessa pela nossa língua.

Luiz Sérgio de Jesus Economista Jundiai, Brasil 6K

Tenho observado, disseminando-se particularmente na mídia televisiva, um hábito linguístico que, em meus ouvidos, soa horrivelmente. É a repetição do sujeito, se é assim que pode ser chamada. Um entrevistado diz: «O professor ele chamou a atenção do aluno.» Ou: «As aves elas sobrevoam a floresta». É correta a forma?

Agradeço a atenção e resposta.

Nélson Coutinho Melco Engenheiro Curitiba, Brasil 7K

Gostaria de saber se o adjetivo veloz qualifica o substantivo carro nas frases a), b), c); e se o adjetivo veloz qualifica o substantivo João, isto é, «João é veloz», na frase d).

a) «O veloz carro de João é bonito.»

b) «O carro veloz de João é bonito.»

c) «O carro de João, veloz, é bonito.»

d) «O carro de João veloz é bonito.»

Ana Maria Silva Professora Maia, Portugal 6K

Qual a análise sintáctica da seguinte frase: «Aqui estão as suas palavras»?

Rosalice Pinto Professora Sintra, Portugal 3K

Gostaria de saber se, na frase «deixamos a tradicional estrutura baseada em dois serviços», o adjetivo tradicional seria considerado um modificador, ou um predicativo do objeto direto.

Obrigada.