Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Orações
Melquisedeque de Jesus Estudante Luanda, Angola 530

Em «Paramos como quiseres», o grupo em destaque constitui uma oração subordinada substantiva relativa com a função de modificador do grupo verbal. Certo?

1. Por ser introduzido por como, pode-se facilmente confundir com uma oração adverbial comparativa. A questão é: como não confundir? Quais são as diferenças?

2. Sabe-se que as orações substantivas podem ser substituídas/transformadas em um substantivo [ou um grupo nominal]. Então, na frase acima, qual será o substantivo ou grupo nominal?

3. Como transformar em substantivos as orações substantivas introduzidas por onde, quanto, quando...?

4. Ainda na frase «Paramos como quiseres.», como é que a oração subordinada substantiva relativa modifica o grupo verbal?

Desde já, agradeço!

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 640

Qual das seguintes construções está correta? Porquê?

1. Estou a ler o livro a que designamos "A Bíblia".

2. Estou a ler o livro que designamos "A Bíblia".

Agradecido pela vossa ajuda ímpar

João Amorim Reformado Évora, Portugal 932

Lendo a crónica satírica do Comendador Marques de Correia na Revista do semanário Expresso do dia 16 de outubro de 2021, fiquei com a dúvida do correto emprego da forma verbal do verbo dizer nesta frase:

«É certo e confirmado que quem dizer esta oração ao primeiro militante do CDS que encontre num raio de 20 quilómetros (ou de 40 em áreas desertificadas) consegue salvar este partido do extermínio ou da compra por parte do mestre André (Ventura) que apesar das broncas ainda dura.»

Não devia ter ido usado, antes, o futuro do conjuntivo, disser?

Agradecido.

Victor Silva Designer Bairros, Brasil 764

Tenho uma dúvida referente a um assunto que, por vezes, me tira o sono, a saber, a tal regência verbal.

Lendo um artigo, deparo-me com o seguinte trecho:

«Para ter um corpo magro e saudável não basta cortar calorias. Os métodos de emagrecimento mais eficazes são aqueles *em que* tanto a dieta quanto os exercícios fazem parte da rotina de quem pretende eliminar os quilos extras.»

A dúvida logo surgiu: por que a preposição em está antes do pronome relativo? Qual termo a está regendo?

Certo do auxílio, agradeço pelo tempo gasto.

Farajollah Miremadi Engenheiro Lisboa, Portugal 1K

Podiam esclarecer se a resposta dada em "O relativo quem e a preposição a" está em contraste com o que já se tinha dito na resposta "O emprego dos relativos que e quem" (26/09/2018, ponto iii), no qual se diz que «quem não pode ter a função de sujeito, nem complemento direito»?

Segundo o primeiro documento, quem pode ter qualquer destas funções, como podemos ver nos exemplos 4 e 5 ali.

Como é que é possível que a frase «Sei quem a Rita encontrou no cinema» esteja correta, enquanto a frase «Chegou o rapaz quem conheci» é gramatical?

Será forma correta se removermos «o rapaz» e dissermos «Chegou quem conheci»?

Julian Alves Estudante Rio de Janeiro, Brasil 1K

Eu venho estudando a gramática italiana, e me deparei com o vocábulo italiano ovvero, «congiunzione disgiuntiva».

A respeito desse vocábulo italiano, o dicionário bilíngue Martins Fontes: Italiano–Português (São Paulo: 2012) apresenta como possíveis traduções: ou, «ou então».

Minha dúvida é esta: se pode usar a locução «ou então» no lugar da conjunção disjuntiva ou em qualquer oração?

Exemplos:

1. «Suas palavras podem ser sinceras ou (ou então) falsas.» (Dicionário: italiano–português, p.685)

2. «Ou (ou então) preste atenção, ou (ou então) saia.»

Caso contrário, como usar de modo certo «ou então»?

Em que situação usá-lo? Se não for pedir demais. Por favor, gostaria que explicasse de modo mais acurado.

Desde já, o meu muitíssimo obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 496

«Ele sempre costumava fazer comentários maldosos sobre os colegas, contra o que sempre fui.»

Há alguma impropriedade na frase acima?

Obrigado.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 599

Na frase:

«Descobrir o verdadeiro assassino era uma tarefa para Sherlock.»

O termo «descobrir o verdadeiro assassino» é oração subordinada substantiva subjetiva ou oração subordinada substantiva predicativa?

Como diferenciar subjetiva de predicativa quando uma oração reduzida de infinitivo vem seguida de verbo ser mais artigo e um termo substantivado?

 

Matheus Campos Concurseiro Pacatuba, Brasil 3K

Nos exemplos «Tive que fazer aquilo [para que todo o resto valesse a pena]» e «Tive que fazer aquilo pois era necessário [para que o bem de todos prevalecesse]», é correto afirmar que as orações destacadas por parênteses nos períodos têm função sintática de oração subordinada adverbial final, a primeira, e oração subordinada substantiva completiva nominal (de «necessário»), a segunda?

Gostaria, se possível, de uma dica que facilitasse a identificação desses tipos de orações.

Obrigado.

Henrique Silva Compositor Niterói, Brasil 1K

Em textos antigos, não é raro ver o ponto e vírgula sendo usado em orações coordenadas sindéticas explicativas. Exemplo disso é o seguinte trecho de um conto de Machado de Assis publicado originalmente em 1881, chamado "Teoria do medalhão":

«De oitiva, com o tempo, irás sabendo a que leis, casos e fenômenos responde toda essa terminologia; porque o método de interrogar os próprios mestres e oficiais da ciência, nos seus livros, estudos e memórias, além de tedioso e cansativo, traz o perigo de inocular ideias novas, e é radicalmente falso.»

Além disso, ainda hoje é muito comum ver o ponto e vírgula sendo uso antes de orações aditivas/copulativas. Quanto a isto, aqui mesmo no Ciberdúvidas há um ótimo exemplo, numa resposta dada em 1998 pelo falecido José Neves Henriques: «Na academia aprendi jogos; e lutas que incluem defesa pessoal.»

Em todas as gramáticas que consultei, no entanto, as únicas orações coordenadas sindéticas em que o uso do ponto e vírgula parece ser considerado aceitável são as conclusivas e as adversativas. Assim, gostaria de saber a opinião de vocês sobre esta questão.

Principalmente no caso das sindéticas explicativas, chegamos de fato ao ponto em que conectá-las com o ponto e vírgula pode ser considerado errado ou inadequado? Ou é simplesmente algo que caiu em desuso (como o próprio ponto e vírgula, aliás)?

Para terminar, agradeço a todos os colaboradores deste site, que me ajudaram não só a esclarecer diversas dúvidas, mas também a expandir meus horizontes no que se refere ao uso da nossa língua.