Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Orações
Carlos Silva Professor Lisboa, Portugal 6K

Numa campanha publicitária de grande divulgação presentemente a decorrer em Portugal é utilizada a expressão «se eu podia viver sem  algo?». Esta expressão está correcta? E a expressão «poderia eu viver sem» é mais correcta, ou não?

Sara Paiva Professora de Informática do ensino superior Viana do Castelo, Portugal 2K

Considerando as seguintes duas frases:

«Quais os livros cujos nomes dos autores são Maria João e Isabel Fernandes?»

«Quais os livros cujo nome dos autores é Maria João e Isabel Fernandes?»

Qual está correcta?

Se em vez de nomes eu quiser usar as idades, qual está correcta?

«Quais os livros cujas idades dos autores são 53 e 57?» (soa estranho!)

«Quais os livros cuja idade dos autores é 53?» (neste caso todos têm de ter a mesma idade)

Outra questão que coloco é: não parece possível usar a mesma construção frásica para a idade e para o nome. Existe alguma razão para isto acontecer? Existe alguma regra para formular as questões que envio como exemplo?

Agradeço desde já a ajuda.

Bruno Pereira Técnico em ele{#c|}tr{#ó|ô}nica Rio de Janeiro, Brasil 4K

Observe o período abaixo:

«A democracia é uma das formas de desenvolvimento da sociedade, mas não a única.»

O trecho «mas não a única» tem o verbo ser elíptico. Esse trecho consiste numa oração? Ou, melhorando a pergunta, o período acima é formado por duas orações, já que o verbo ser é retomado após a vírgula?

Leonardo Figueira Estudante Rio de Janeiro, Brasil 13K

Neste sítio encontra-se como explicação para a origem da locução «mesmo que» uma outra locução de origem francesa. Entretanto, o Houaiss não a assim classifica, a vê como um substituto na linguagem cotidiana das locuções originalmente concessivas.

Fátima Silva Estudante Vila Real, Portugal 7K

Tenho algumas dúvidas relativamente à análise destas duas frases no que respeita à voz passiva.

1.ª — «Todos os movimentos são cuidadosamente calculados.»

Eu considero aqui que estamos na presença da voz passiva, resultante da construção verbo ser + particípio passado. Por favor, corrijam-me se estou errada.

Relativamente ao verbo ser, o seu estatuto aqui é de verbo semiauxiliar?

2.ª — «Deixou de haver bons cristãos e malvados palestinianos.»

O que devo considerar? Que se encontra na voz activa, dada a ausência de particípio passado?

No que refere à identificação do complemento directo, é aqui possível a aplicação do critério sintáctico da pronominalização? Parece que não soa muito bem dizer «Deixou de havê-los».

Muito grata pela atenção dispensada.

Sofia Sousa Docente Santarém, Portugal 6K

Como fica a negativa da frase «Chegou o dia em que o Manuel teve de ir para a escola»?

João Francisco Engenheiro {#electrónico|eletrônico} Brasília, Brasil 5K

Gostaria de poder fazer uma tréplica em relação à construção «A ou B, complementando com C». A dúvida original não foi solucionada pela construção lógica [ARBITRARIAMENTE] utilizada. A questão é exatamente saber que construção lógica adotar:

(A V B) Λ C ou A V (B Λ C)

Ora, substituindo-se a vírgula pela conjunção aditiva e (Cunha e Cintra), a estrutura da frase «A ou B, complementando com C» ficará:

A V B Λ C

Para a lógica booleana, o conectivo ou (V) equivale ao sinal de adição (+) e o conectivo e (Λ), ao de multiplicação (.). A partir daí, vale a regra de prioridade das operações fundamentais envolvidas numa expressão matemática: a multiplicação tem prioridade sobre a adição. Logo, a expressão A V B Λ C se reduzirá a:

A + B.C

Em conclusão, C só se aplica a B. Não cabe qualquer dúvidda quanto a isso. Quem estudou lógica booleana e trabalhou com circuitos integrados TTL sabe muito bem disso. Podemos afirmar com toda certeza que a construção em debate corresponde ao circuito eletrônico assim formado:

Uma porta OR (em inglês) que tem por entradas o valor A e o resultado de B AND C.

Noutros termos, somente oficiais aviadores terão de atender às opções 1, 2 ou 3 (a uma ou a mais de uma).

P. S.: Além do mais, no caso concreto, não haveria sentido em distinguir oficiais aviadores dos demais candidatos de nível superior (utilizando um OU). Em todo caso, espero ter sido esclarecida a confusão com os argumentos acima. O debate até agora foi muito esclarecedor para mim. O que vocês acham?

Erika Salvi Tradutora São Paulo, Brasil 8K

Fui questionada sobre uma oração condicional que trazia um verbo no pretérito perfeito e um verbo no presente na principal:

«Se a cadeia de caracteres-padrão foi criptografada, essa mesma cadeia deve ser fornecida como um valor diferente.»

Essa construção é possível, baseado no fato de que a condição se dá no uso do "se" e não no "verbo"?

Neta Santos Aposentada São Paulo, Brasil 8K

Quando se usa provavelmente, o verbo seguinte irá para o subjuntivo, como no exemplo abaixo?

«Provavelmente, os homens mais poderosos já foram...»

Obrigada.

Mónica Marques Estudante Ourém, Portugal 2K

Gostaria de saber como se divide a oração seguinte: «Apesar da sua fraqueza, os Homens superaram sempre os Deuses.» A minha professora afirmou que existiam duas orações. A 1.ª: «Apesar da sua fraqueza» — oração subordinada concessiva; e a 2.ª: «os Homens superaram sempre os Deuses» — oração subordinante. Só que, para mim, essa divisão e essa classificação não me convencem. Gostaria muito que me esclarecessem sobre este ponto, porque vou fazer o Exame Nacional de 9.º ano em Junho.

Muito obrigada.