Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Aspecto (verbos)
João Pereira Estudante São Paulo, Brasil 3K

O uso de um infinitivo simples no lugar de um infinitivo composto marca uma simplificação dos tempos verbais, depende do grau de formalidade ou possuem uma intercambialidade plena, sem comprometer o significado ou sentido da frase?

«Depois de correr até a esquina, voltou sem fôlego», ou «depois de ter corrido até a esquina, voltou sem fôlego??

«Depois de ser soldado nunca deixou de ser», ou «depois de ter sido soldado nunca deixou de ser»?

Agradeço antecipadamente.

Maria Ribeiro Professora Lisboa, Portugal 5K

Na frase «Gostei muito de ter assistido a este espetáculo» – «ter assistido» está em que tempo?

Mário Pereira Técnico de segurança Leiria, Portugal 4K

Uma expressão muito comum no Brasil, «ontem cheguei cedo em casa», que em Portugal se dirá «cheguei cedo a casa», pode considerar-se correcta?

Lucieni Batista dos Santos Revisora de textos Belo Horizonte, Brasil 5K

Eu, leitora diária do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e revisora de textos, venho pedir um esclarecimento sobre o verbo avançar, aliás, todos os possíveis esclarecimentos sobre a regência de tal verbo, principalmente no que se refere às frases abaixo, muito usadas na EAD, em cursos que reviso:

«Avance a tela e veja mais sobre o Capital de Giro.»

«Avance de tela para prosseguir.»

«Avance para a tela seguinte.»

«Avance para a próxima tela.»

A expressão «Avance de» está correta? Não vejo razão para tal uso, mas algumas professoras de português insistem em dizer que tem de ser assim. Comummente uso «Avance a tela...» no sentido de adiantar, mas discordam.

Uso o conceito 6 de Luft, em seu Dicionário Eletrônico Luft de Regência Verbal, conforme imagem a seguir:

AVANÇAR

1.Int. ou TI: avançar (em, para): caminhar para a frente, adiantar-se.

2. TDp(i): avançar-se (a, até, até, contra) ou TI (mais usado): avançar-se para o inimigo:

3. TDpl: avançar-se em, por: penetrar, adentrar-se, embrenhar-se;

4. TD(I): avançá-lo (sobre) Int ou TI: avançar (sobre)

5. TI: avançar a... Atingir, montar; Avançar em: adiantar-se, progredir;

6. TD: avançá-lo. Adiantar: avançar um passo; Avançar caminho.

7. Int.: avançar. Progredir, adiantar-se.

Agradeço a possível ajuda.

Fátima Norte Professora de Língua Portuguesa Leiria, Portugal 5K

«Eles tornaram-se inseparáveis.»

Na frase acima, posso considerar inseparáveis predicativo do sujeito?

Se assim for, o predicado será verbo-nominal, como de resto defendem Celso Cunha e Lindley Cintra?

Júlio Pereira Estudante São Paulo, Brasil 11K

Na frase «Um pedaço de terra mudou de lugar!»:

a)A forma verbal mudou é verbo transitivo indireto?

b) Qual a classificação sintática de «de lugar»? Objeto indireto? E o de?

Berenice de Castro Professora Hortolândia, Brasil 7K

Quando atendo o telefone e me é pedido para falar com alguém, posso perguntar: «Quem gostaria?»

É errado usar o futuro do pretérito na tentativa de identificar gentilmente o interlocutor?

Anabela Conceição Professora Lisboa, Portugal 18K

Queria explicar, de uma forma simples e clara, aos meus alunos, porque é que os verbos ter e dar são irregulares.

Luís Esteves Professor Rio de Janeiro, Brasil 7K

Em «Havia dúvida de que o fato fosse verdadeiro», temos o verbo havia como intransitivo. Como podemos classificar a palavra dúvida? É um complemento de havia (havia o quê?), não é?

João de Brito Professor Vila Real, Portugal 6K

Leciono o 2.º ciclo e vamos entrar nas funções sintáticas. Há novo programa e um exame nacional no fim do ciclo. E há um grande problema de consciência para mim. Passo a explicar.

Por decreto, o DT impõe que os verbos constantes de uma determinada lista implicam sempre um nome predicativo do sujeito. Ora, isto ofende aquele princípio básico e indiscutível que obriga a tratar diferentemente o que é diferente. E a diferença, neste caso, não está nesse grupo de verbos, mas na natureza do referido predicativo – incide diretamente no sujeito e com ele coincide, considerando-o como um todo. Ex.: «Ele está doente.» Ora, isto é bastante diferente de «Ele está em casa». Aqui, a expressão «em casa» não incide diretamente no sujeito e muito menos coincide (se identifica) com ele. Este verbo (predicador) não é copulativo, mas incorpora aquela expressão, primeiro, e só depois realiza a predicação. Ou seja, aquela expressão é predicativo do predicador e não do sujeito.

Nota: Uso aqui a nomenclatura tradicional, porque, em rigor, todo o predicado e o predicado todo são predicativo do sujeito...

Estando disto convencido até prova em contrário, como posso eu, que, antes do português, promovo a lealdade na relação com os alunos, dar-lhes coelho por lebre?!