Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Alberto Magalhães Psicólogo clínico Évora, Portugal 4K

Será impressão minha ou, de há uns tempos para cá, tem alastrado o uso e abuso «daquilo que são» determinantes (ou pronomes, não sei bem) demonstrativos. Exemplo: «quero falar-vos daquilo que é a minha preocupação», em vez de «quero falar-vos da minha preocupação».

Alexandre Pires Trabalhador Independente Porto, Portugal 2K

Estava a ouvir a fabulosa música do Rui Veloso, intitulada "A Paixão (segundo Nicolau da Viola)" e reparei nesta passagem da letra:

«Era só a ti que eu mais queria/ Ao meu lado no concerto nesse dia...»

Em termos linguísticos, não seria mais correto que fosse «...quem eu mais queria»? Se bem que em termos de métrica para a música, a palavra que se ajuste melhor.

Johan de Rie Reformado Mértola, Portugal 2K

Comprei o livro Cebola Crua com Sal e Broa de Miguel Sousa Tavares. Na página 53 encontrei as frases seguintes:

«A liberdade foi, de facto, a minha grande escola de vida. Comecei a aprendê-lo por mim mesmo, nos Jesuítas e contra eles, como já contei. E, simultaneamente, aprendi-o em casa dos meus pais e com os meus pais.»

[...] o autor fez um erro em escrever «comecei a aprendê-lo (a liberdade) e aprendi-o (a liberdade) em casa dos meus pais...», ou existe outro motivo para utilizar a forma masculina?

Obrigado.

Mariana Adame socióloga Gustavo A. Madero, México 3K

Queria saber se na língua portuguesa existe a dupla pronominalização.

Eu sou hispanofalante e surgiu a dúvida porque em espanhol podemos dizer cómetelo (come=verbo; te=pronome; lo=pronome) e eu quis fazer a tradução mas não consegui.

Obrigada!

Lanito Molita Estudante Lisboa, Portugal 2K

Tenho uma questão relativa a desencadeadores de próclise.

Sei que o advérbio não é um desencadeador de próclise em relação ao pronome clítico e ao verbo que o sucedem, como em «Não vos prefiro!» Poderá, no entanto, ser desencadeador de próclise se suceder ao verbo e ao pronome clítico, ou nunca será agente de próclise nesse caso? Nesse caso, poderemos, então, ter as seguintes frases: «Prefiro-vos não!», ou «Prefiro-vos, não!» Sendo estas frases regras de como a próclise não é consequência de causa proclítica se o agente desencadeador de próclise for sequência e não antecedente do verbo da oração.

Ajudai-me em tal dúvida, por favor. [...]

Geobson Freitas Silveira Agente Público Bela Cruz, Brasil 1K

Gostaria muito de saber a função ou classificação da locução «em que» retirado de um versículo bíblico:

«Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós , sendo nós ainda pecadores.» (Romanos 5:8)1 

 

1. N.E.: Versículo retirado de uma versão em linha da Bíblia Almeida Corrigida Fiel, a qual, por sua vez, se baseia na tradução do Novo Testamento por João Ferreira de Almeida (1628-1691), sacerdote português convertido ao protestantismo. À frase bíblica em causa deu-lhe o referido autor a seguinte formulação (mantém-se a grafia seiscentista): «Mas Deus encarece sua charidade pera com nosco, que Christo morreo por nós, sendo nós ainda pecadores.» No exemplo apresentado na questão, escreve-se corretamente conosco, forma normativa brasileira que, no português de Portugal, corresponde à grafia connosco,

Ana Costa Professora Setúbal, Portugal 3K

Na frase «Não comeste nada.», qual a função sintática desempenhada por nada? Ao que parece, será a de complemento direto, sendo que nada será um pronome indefinido. Contudo, a sua sobrevivência ao teste de substituição por pronomes pessoais átonos (o, os) é duvidosa. Foi uma questão levantada pelos meus alunos de 11.º ano, que me parece bastante plausível. Podem ajudar-me a tornar a situação mais clara?

Luís Serra Silva Jurista e professor Coimbra, Portugal 5K

Gostaria, por favor, que me pudessem esclarecer o seguinte: deve dizer-se «Quaisquer tipos de dúvidas» ou «Quaisquer tipo de dúvidas»?

Agradeço, desde já, a atenção dispensada.

Manuel Cabeleira Gomes Professor Lisboa, Portugal 7K

Na frase «Quem manda sou eu.», partindo do princípio de que «quem manda» é o predicativo do sujeito, como é que devemos classificar esta oração?

Filipe Neves Designer Lisboa, Portugal 8K

A frase «Dias que não se esquecem» está correta? Considerando que dias não é o sujeito da frase, creio que é mais correto dizer «Dias que não se esquece» = Há dias que alguém (se impessoal) não esquece. Não faz sentido o verbo concordar com o complemento… estou certo?

Obrigado.