DÚVIDAS

«Não sei quê» (locução) e «não-sei-quê» (nome)
Gostaria de ver esclarecida uma dúvida sobre o uso de "não-sei-quê". Foi-me dito que se deve escrever com hífenes, porque é assim que está no dicionário. Consultei o dicionário e, efetivamente, é assim que lá está. Contudo, está classificado como substantivo, pelo que eu pergunto se, num contexto como o da frase «ele disse que gostaria de estudar turismo, para poder viajar e não(-)sei(-)quê», "não(-)sei(-)quê" é um substantivo? Muito vos agradeço pelo serviço que prestam à língua portuguesa.
«Face a» e «frente a»
Vejo com frequência as locuções «face a» e «frente a» em textos da mídia e até em textos acadêmicos , inclusive de alunos de letras. Sei também que [Celso] Luft, no Dicionário de Regência Nominal abona essa expressão assim como «frente a». Gostaria de saber se o uso de «face a» e «frente a» já está liberado em textos formais? Grato pela resposta e parabéns pelo belo serviço de vocês.
O plural de «par de jarras»
Qual o plural de «par de jarras», significando esta expressão «duas pessoas que andam sempre juntas» (linguagem coloquial)? «O par de jarras» ou «os par de jarras», sendo que em cada uma das expressões nos queremos referir a apenas e só duas pessoas: qual é a forma correcta? Possíveis usos: a) «Desde que começou a quarentena, estou sempre a ver o par de jarras a deambular por aí»; ou b) «Desde que começou a quarentena, estou sempre a ver os par de jarras a deambular por aí»? c) «O par de jarras vai ao baile»; ou d) «Os par de jarras vão ao baile»? Obrigado!
A locução prepositiva «de acordo com» (II)
Tenho lido em textos que me são enviados para revisão a locução prepositiva «de acordo com» grafada da seguinte forma: «de acordo o», «de acordo a». Na primeira vez que vi essa construção, pensei imediatamente que o autor teria escrito a locução e deixado inadvertidamente de inserir a preposição com. No entanto, o autor continuou a usar a mesma locução em outros trechos do texto, e depois eu a encontrei também em outros textos, o que é suficiente para que eu comece a pesquisar em busca de encontrar a fonte desse tipo de construção ou alguma coisa que justifique o seu emprego. Gostaria de saber se essa regência existe e deve ser acatada na língua culta. Obrigada.
Sobre a locução latina de cujus
Primeiramente agradeço de antecipado a todos vocês deste sítio e desejo saúde para todos nós. Aqui trago um trecho da Constituição brasileira que me causou confusão: «XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus".» A que o texto se refere que está situado no país? Os bens ou o estrangeiro? Há aqui ambiguidade? Se há como ficaria a reescrita para tirar suposta ambiguidade?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa