O regionalismo «de enxotão»
O meu falecido pai utilizava um termo para descrever quando por um rego de água estava a verter bastante. Este termo era «deitar de enxotão».
Pergunto se esta palavra tem alguma razão de ser e qual a origem?
Obrigado.
Uso obrigatório da locução pronominal relativa o qual
Gostava de saber que situações nos obrigam, necessariamente, ao uso do pronome relativo o qual (e suas flexões).
Já sei que quando temos uma preposição dissilábica antes do antecedente (como por exemplo durante, sobre, etc.) somos obrigados a usar o qual, mas excluindo estas situações, que outras há em que não possamos usar que e somos forçados a usar o qual?
Obrigada.
A história da expressão de realce é que (II)
Para a pergunta «é que», deparei com a seguinte resposta do Ciberdúvidas:
«Rodrigo de Sá Nogueira, no seu Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem (Livraria Clássica Editora, Portugal), explica esse é que (ou foi que) por imitação do francês "c'est que…". E não lhe via, já nesse tempo, qualquer deselegância gramatical . Antes pelo contrário: "Trata-se de uma expressão radicada, consagrada pelo uso, e, diga-se de passagem, de muita expressividade." À luz da gramática portuguesa, R. Sá Nogueira justifica este tipo de construção como uma frase elíptica, que dá força e realce a uma determinada ideia ou informação. No exemplo apontado, a frase seria assim: "A escola recuou na sua proposta. Porque (é que) faltam os fundos necessários." E remete-nos para o que escreveu sobre o mesmo assunto o insuspeito Vasco Botelho de Amaral. Vem no Glossário Crítico de Dificuldades do Idioma Português (Editorial Domingos Barreira, Porto, esgotadíssimo) e é a defesa mais acalorada que conheço da "espontaneidade e relevo expressivo" da partícula é que – um recurso estilístico comum, de resto, em clássicos como Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett, ou Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro. A transposição da oralidade – propositada, por exemplo, no jornalismo radiofónico e de TV – para uma linguagem escorreita é que, algumas vezes, deixa muito a desejar…»
A minha dúvida recai sobre a explicação que dá para é que Epiphânio Dias na sua Syntaxe Histórica Portuguesa. Com base nela, é que resultaria da perda de concordância do verbo seguido do antecedente demonstrativo o acompanhado de oração relativa introduzida pela conjunção que: «Eu sou o que sei.», «Eu é que sei.»
Quem estaria com a razão, Epiphânio Dias ou Sá Nogueira?
Cumprimentos
Sinónimos da expressão «ter memória de elefante»
Gostaria que me informassem se existe algum adjetivo específico para qualificar a pessoa que possui boa memória, que se lembra fácil e rapidamente das coisas. É comum usarmos a expressão memória de elefante, contudo desejo saber se há alguma forma mais formal de descrever a boa memória.
Desde já, agradeço a atenção.
«Muitas das vezes» vs. «muitas vezes»
É correcto usar «Muitas das vezes não dão a oportunidade à pessoa de ganhar experiência» ou «muitas vezes...»?
A expressão «dar entrada»
Como se diz: «dar entrada em» ou «dar entrada a»?
Exemplos: «A Joana deu entrada na cidadania portuguesa» e «A Joana deu entrada à cidadania portuguesa».
Uma construção relativa com valor instrumental: «... na alegoria, pela qual...»
«Todo o sermão está assente na alegoria, na qual se critica o comportamento errático do Homem.»
A asserção que acabei de mencionar está gramatical ou para o ser teria de ser «Todo o sermão está assente na alegoria, através da qual se critica o comportamento errático do Homem»?
Creio que será mais correta a segunda opção, mas não tenho bem a certeza.
Obrigado pela ajuda
«Às duas por três», «não há duas sem três», «a três por dois»
É conhecida a origem da expressão «às duas por três», que justifica o sentido que tem («subitamente»)?
O anglicizante «ficar a dever uma» (= «ficar a dever um favor»)
Admitindo o princípio da pressuposição inerente ao enunciado que se segue, pergunto-vos se podemos aceitá-lo:
«O André ficou a dever-lhe uma.»
É claro que o enunciado («dever-lhe uma») remete para «ajuda». No entanto, estou em dúvida quanto à sua aceitação/admissibilidade.
Agradecia o vosso esclarecimento.
As expressões «matar dois coelhos de uma cajadada» e «pano para mangas»
Estou escrevendo um romance de época que se passa em 1930. As expressões «matar dois coelhos de uma só cajadada» e «panos pras mangas» existiam nessa época?
