Exclamação e reticências
Para além da minha profissão na área tributária, sou escritora e poeta. A língua portuguesa é, para mim, essencial no meu dia a dia e costumo dizer que tive o privilégio de ter bons professores de português ao longo da minha vida estudantil. A minha tendência natural foi seguir Humanidades, desejando formar-me em História, contudo acabei em Direito. Recentemente, para além do prazer, por necessidade, comecei a fazer revisão de textos (técnicos, históricos, infantojuvenis, poéticos/poesia…).
Naturalmente, que no decorrer desta nova atividade, tenho-me deparado com todo o tipo de formação e conhecimento das pessoas que se cruzam comigo. Na sequência da revisão a um prefácio elaborado num livro de poesia por uma professora de português, e em virtude de não ser do meu conhecimento a utilização de, no final de uma frase, reticências seguidas de um ponto de exclamação, questiono se tal é correto aplicar-se.
Segue um exemplo: «[…] A determinada parte do texto, verifica-se uma dor plangente, e a necessidade de uma fuga que se crê premente, porquanto, só os braços da sua mãe, lhe dão o conforto que o mundo roubou sem porquê…! […]»
Grata, desde já, pela atenção que possam dispensar.
Mesmo e oração relativa
Numa ficha de 11.º ano vi o seguinte:
«Na frase "O silêncio assume a mesma importância QUE pode ter a música" (linha 27) o constituinte sublinhado é ( o constituinte sublinhado é QUE) (A) uma conjunção. (B) um determinante. (C) um pronome. (D) uma preposição.»
Na correção afirmam que o constituinte «que» é um determinante... Confesso que não entendo.
Gostaria, por obséquio, que me ajudassem a entender. Sei que pode assumir a classe de nome, preposição, pronome, partícula de realce, mas de determinante não consigo ver.
Muito obrigada!
O pleonasmo «pequeno pormenor»
«Pequeno pormenor» não é um pleonasmo?
Preposições acidentais
Vi no cursinho que durante, mediante, senão e salvo podem ser considerados preposições acidentais.
Eu sei que segundo pode ser representado um numeral (2.º) e uma preposição ao ligar palavras («segundo ele, estamos bem»).
Mas qual a outra classe gramatical dessas quatro palavras acima? Seriam substantivos? Não consegui encontrá-las em nenhuma outra classe para fazer a comparação.
Obrigada.
O pronome inerente de intrometer-se
O pronome pessoal se pode ter vários valores. Relativamente ao valor reflexo, sabemos que a ação cai sobre quem a praticou, por isso, verbos como vestiu-se, lava-se, deitar-se, etc., são fáceis de identificar. Sei também que a expressão «a si mesmo/próprio» é uma boa maneira de identificação.
A minha questão é sobre o que se passa em outros verbos, por exemplo, cruzar-se, intromete-se ou apercebeu-se.
A frase «Ele intromete-se (a si próprio) na vidas das outras pessoas» não me parece descabida de todo, no entanto, num livro de exercícios de gramática que estou a usar indicam que este se não tem valor reflexo, assim como nos outros verbos que mencionei.
Há alguma outra maneira de identificar mais facilmente o valor do pronome pessoal se?
Enumerar orações
A frase «desenhava dragões nas aulas, brincava aos dragões no recreio, lia até adormecer as antigas histórias de dragões» é ou não (e porquê) uma enumeração?
Grata pela vossa atenção.
Monolatria e monólatra
Procurei nos dicionários e não achei este verbo, apenas encontro o seu substantivo monolatria.
Então, a dúvida que me surge é a seguinte: será que posso usar o verbo "monolatrar"?
Como, por exemplo: «E, for monolatrar Deus». Ou como posso dizer neste contexto?
Obrigado.
Valor aspetual de vir + gerúndio
Gostaria de saber qual o valor aspetual da expressão «para um leitor que venha acompanhando a obra desde os seus primórdios».
Antecipadamente agradeço a vossa ajuda.
Ordenação de tempos verbais numa frase
A minha questão diz respeito a esta frase encontrada na página 291, linhas 5 e 6, da tradução portuguesa da obra Dracul, de Dacre Stoker e J.D. Barker, publicada pela TopSeller: «Até há instantes, eu tremia furiosamente, mas conseguira, por fim, acalmar.»
Na frase transcrita, o uso do verbo no pretérito-mais-que-perfeito (conseguira) estará correcto?
Não deveria o verbo tremer ter sido conjugado no pretérito-mais-que-perfeito, e o verbo conseguir no pretérito perfeito, uma vez que aquela ação precede temporalmente esta última?
Obrigado, desde já, pela atenção.
A sintaxe do verso «que não se muda já como soía» (Camões)
No verso «que não se muda já como soía», do soneto "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" qual é a classe e subclasse da palavra que? É uma conjunção explicativa ou causal? Parece-me explicativa ( não estaremos perante uma relação de coordenação?).
Agradecia que me ajudassem a explicitar esta dúvida.
